Os estudantes disseram que iriam levar os encaminhamentos propostos  na audiência para o grupo que está ocupando a reitoria da Unilab, para daí tomarem uma decisão se continuarão a ocupação.

O deputado Renato Roseno (Psol), que propôs o debate, ressaltou que a assistência estudantil quer dizer direito à educação. Ele sugeriu que os responsáveis pela Unilab fizessem, por meio de uma mesa de negociação, a revisão do modelo de assistência estudantil. Ele recomendou ainda que a instituição esteja atenta aos processos de visto de permanência dos estudantes e que o assunto seja debatido em audiência pública na própria Universidade.

De acordo com o vice-reitor da Unilab, Aristeu Rosendo, a instituição tem por objetivo a integração dos países que falam a língua portuguesa, propondo uma interiorização da educação, com sedes em Acarape e Redenção, na região do Maciço de Baturité, no Ceará, e, no estado da Bahia, no município de São Francisco do Conde, além da internacionalização, contando com 50% dos seus estudantes de nacionalidade estrangeira.

Aristeu Rosendo reconheceu que a assistência estudantil ainda é um desafio para a Universidade, mas disse que a Unilab buscou fazer a distribuição dos recursos de forma igualitária, beneficiando também os novos estudantes.
O pró-reitor de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis (Propae), Alexandre Cunha, apresentou os gastos da universidade em 2014, que, segundo ele, ultrapassaram em R$ 3 milhões a verba recebida. Ainda segundo o pró-reitor, para 2015, o MEC aumentou a verba do PNAES, de R$ 5 para 8 milhões.

Representando o Centro Acadêmico do bacharelado em Humanidades, Jannieiry Cardoso relatou as dificuldades enfrentadas pelos estudantes que tiveram cortes em suas ajudas de custo, como a Bolsa Permanência. Para ela, os estudantes novatos devem ter os mesmos direitos, mas não se deve tirar dos alunos antigos.

O deputado Elmano de Freitas (PT) propôs que o Ministério da Educação (MEC), na pessoa do ministro Cid Gomes, seja convidado a participar de um novo debate sobre a assistência estudantil. Já o presidente da Comissão, deputado Carlos Felipe (PCdoB), ressaltou a importância da criação da Unilab ainda no governo do ex-presidente Lula, como uma forma de valorizar a contribuição da população afro-brasileira para o nosso País.

Estavam presente também na mesa da audiência o representante da comunidade estudantil africana, Farã Vaz, e o estudante africano e membro do centro acadêmico, Didier Te.
AP/CG