Dois dos três vereadores de Fortaleza eleitos deputados estaduais na última eleição vão renunciar aos mandatos na Câmara Municipal, nesta semana, para tomarem posse na Assembleia Legislativa do Estado no próximo domingo (1º) de fevereiro. Além dos estaduais tem o vereador Vitor Valim (PMDB) eleito deputado federal. Os deputados estaduais eleitos Walter Cavalcante (PMDB) e Capitão Wagner (PR) informaram que o documento de renuncia será entregue ao presidente Salmito Filho (PROS) na sexta-feira (30). Vitor Valim, eleito deputado federal, não foi encontrado pela reportagem. A posse da Câmara Federal também acontece no domingo. Ontem, o gabinete do Capitão Wagner começou a ser desocupado e o de Walter Cavalcante e Vitor Valim estavam fechados. Walter Cavalcante, ex-presidente da Casa e vereador por cinco mandatos, deixou na última segunda-feira (26) o gabinete que ocupava na Câmara. Segundo ele, todos os seus pertences pessoais foram retirados e a chave do espaço entregue ao Departamento Administrativo. "Vou renunciar, devo entregar na sexta-feira o meu pedido de renuncia. Eu sou vereador até o dia 31, mas autorizei entregar a chave ao Departamento Administrativo, já havia tirado meus pertences pessoais e estou encaminhando o ofício ao presidente", relatou. O vereador justificou a atitude para contribuir para que a Mesa Diretora possa adequar o gabinete para o suplente Marcos Teixeira (PMDB) que assume em seu lugar. Concurso Apesar da desocupação na Câmara desde o início da semana, o vereador eleito deputado estadual disse não ter definição sobre qual gabinete irá ocupar na Assembleia Legislativa devido a indefinição do seu partido na composição da Mesa Diretora. Walter deixa a Câmara, após várias legislaturas e com uma gestão como presidente, até o fim de dezembro passado, marcada por críticas dos colegas pela falta de posicionamento, como no caso do vereador Aonde É investigado por desvio de verbas e por ter defendido a implantação de um concurso público sem licitação. Ele foi presidente da Câmara no biênio 2013-2014. De acordo com o Sistema de Apoio ao Processo Legislativo, Walter Cavalcante apresentou 178 proposições durante os cinco mandatos, de 2000 a 2014. Entre os projetos, ações voltadas para eventos religiosos, marcha contra aborto, o título de utilidade pública para associações e a inclusão, no Orçamento do Município, dotação destinada ao custeio de cursos de extensão, especialização, pós-graduação e mestrado para servidores públicos, profissionais, na área de saúde e assistência social. Eleito em 2012, Capitão Wagner (PR) deixa a Câmara Municipal sem concluir o seu primeiro mandato como vereador de Fortaleza. Ele afirmou já ter comunicado informalmente a sua renuncia a Salmito Filho (PROS) para que ele tome as medidas necessárias para a convocação da suplente Ruthmar Xavier (PR). O documento oficial será entregue na sexta-feira. "Eu já devo estar providenciando para a próxima sexta-feira para assumir no domingo, já falei com o presidente que vai tomar providência de convocar a suplente. Vamos tirar as coisas hoje (ontem) para a Ruthmar assumir e devo receber o gabinete da Assembleia hoje a tarde", explicou. Banheiros Ontem, no gabinete do Capitão Wagner, assessores parlamentares retiravam os pertences do vereador e se organizavam para a mudança de Casa Legislativa. Segundo eles, o processo deve ser finalizado até sexta-feira, pois o espaço que está sofrendo com infiltrações precisa ser adequado para a suplente Ruthmar. Devido ao problema no gabinete, Capitão Wagner está recebendo a população na sede do PR, conforme informou. Ele ainda destacou que vai ocupar na Assembleia Legislativa o gabinete de Augustinho Moreira que não tentou reeleição. O parlamentar atuou como vice-presidente da comissão de Segurança Pública da Câmara Municipal. De acordo com o Sistema de Apoio ao Processo Legislativo, ele apresentou 104 projetos nos dois anos de mandato, priorizando requerimentos (60) e projetos de lei Ordinária (27). Entre as proposições, a que dispõe sobre a obrigatoriedade da instalação de banheiros químicos, adaptados às necessidades de pessoas com mobilidade reduzida ou que utilizem cadeira de rodas no espaço público, a que proíbe a cobrança de percentuais, taxas de qualquer natureza aos profissionais de educação física nas atividades de "personal trainer".