De acordo com a presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputada Eliane Novais (PSB), os números registrados de violência contra a mulher no Ceará são alarmantes e cobram políticas mais efetivas de proteção. “Mesmo o Brasil possuindo uma legislação que garanta às mulheres os mesmos direitos concedidos aos homens, ainda temos uma dificuldade muito grande, como a questão da rede de assistência pública no Ceará, que registrou, somente nos 37 primeiros dias deste ano, 33 homicídios contra mulheres, o que nos exige uma reflexão para mudar esse quadro”, apontou Eliane.

O deputado Antonio Carlos (PT), autor de um dos debates, considera que a questão não se trata apenas de um problema das mulheres, uma vez que é também de saúde pública, de segurança e, sobretudo, de violação dos direitos humanos.  “O Estado tem o poder de se antecipar com políticas públicas que construam uma cultura de combate ao machismo e à opressão de gênero, além de políticas de redução de danos e assistência à mulher, através dos centros de referência e das delegacias da mulher, mas infelizmente o Poder Público não tem tido a capacidade de acompanhar essa dinâmica da sociedade”, avaliou o petista.

No primeiro semestre deste ano, a Comissão de Infância e Adolescência realizou seis seminários da campanha “Quem Cala Consente – Fortaleza dá um cartão vermelho à violência sexual contra crianças e adolescentes”, que tiveram a presença de 1.464 alunos da rede pública de ensino. Os encontros foram organizados em todas as Secretarias Executivas Regionais (SERs)  com o objetivo de alertar os jovens sobre a importância de se denunciar casos de abuso sexual, por meio do Disque 100.

“Alunos de escolas públicas, pais e a sociedade em geral tiveram a chance de discutir o tema e se informar. Em seguida, desenvolveram um plano de ação, para que o tema continuasse vivo entre eles”, afirmou a deputada Bethrose (PRP), autora da campanha.

WT/JU