O procurador do Trabalho e titular da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente, Antônio de Oliveira Lima, ressaltou que cerca de 100 municípios cearenses irão realizar mobilizações esta semana para conscientizar sobre os efeitos do trabalho infantil. Segundo ele, para erradicar o problema, é fundamental que exista mobilização e que os programas sociais que promovem transferência de renda também ajudem, mas é necessário que promovam a independência futura dos beneficiários.
O superintendente Regional do Trabalho e Emprego no Ceará, Francisco José Pontes Ibiapina, destacou que há um esforço no sentido de fiscalizar, mas que somente um órgão não poderá resolver o problema, sendo fundamentais as parcerias. Ele ressaltou que o Brasil é signatário de um acordo que prevê que o País deve acabar com as piores formas de trabalho até 2015 e erradicar o trabalho infantil até 2020.
O secretário do Desenvolvimento Social, Trabalho e Combate à Fome, Cláudio Ricardo, ressaltou que as crianças precisam viver a infância, pois esse é o período mais importante para se desenvolverem. Ele afirmou que, no Brasil, ainda se discute trabalho infantil, enquanto outros países estão muito à frente. O secretário informou que, durante a Copa do Mundo, haverá um esforço dos educadores sociais, psicólogos e advogados da secretaria para inibir a exploração do trabalho de crianças durante o campeonato.
A conselheira do Conselho Estadual da Criança e do Adolescente, Mônica Sillan, alertou que dentro da prática do trabalho infantil existem vários tipos de violações de direitos e outros crimes, como aliciamento para o tráfico de drogas e de armamentos, além da exploração sexual. Para ela, dificilmente o Brasil irá alcançar as metas de erradicação de trabalho infantil até 2015 ou 2020, mas é preciso continuar o trabalho insistentemente. Ela ainda comentou sobre a proposta de oferecer, na rede pública, escola de tempo integral. Segundo Mônica Sillan, as escolas não estão preparadas para receber as crianças durante todo o dia.
Para Marcelha Pinheiro, representante da Associação das Primeiras Damas do Estado do Ceará, é preciso fortalecer diversos setores e garantir direitos como educação e saúde, para evitar que crianças e adolescentes sejam explorados. Segundo ela, 140 municípios estão trabalhando e 65 deles já estão formando uma agenda de combate ao trabalho infantil, o que representa uma evolução para o Ceará.
JM/LF