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Hospitais sofrem sem pagamento  - QR Code Friendly
Sexta, 16 Março 2012 05:00

Hospitais sofrem sem pagamento

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  O atraso no repasse das verbas do SUS para a rede privada tornou-se uma dívida "rotativa", diz Aramicy Pinto Atraso no pagamento dos fornecedores, no recolhimento dos encargos trabalhistas e em contas públicas luz, energia e telefone são algumas das consequências, imediatas, decorrentes da demora por parte do Município de Fortaleza no repasse da verba da União, via Sistema Única de Saúde (SUS), aos hospitais da rede suplementar, privados e conveniados. A informação é do presidente da Associação dos Hospitais do Ceará, Aramicy Pinto, adiantando que ficam prejudicadas, ainda, as internações e a realização de tratamentos, como hemodiálise, para pacientes com problemas renais. Segundo ele, os recursos vêm do Ministério para o Fundo Municipal de Saúde, cabendo à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) gerenciá-los. Somente com os hospitais da rede privada da Capital, a dívida, que ele classifica como rotativa, é de R$ 12 milhões. Aramicy Pinto explicou que esse atraso no repasse do dinheiro do SUS já foi de quatro, cinco ou até mais meses. "Hoje, há um esforço maior da SMS para colocar esse pagamento em dia, mas, ainda assim, há um atraso de dois meses", disse. Considerou, também, que caberia ao Ministério da Saúde pressionar a Prefeitura de Fortaleza para que essa verba, que é constitucional, chegue ao seu destino no tempo devido. Além disso, o presidente da Associação lembrou que grande parte das dificuldades enfrentadas na rede suplementar de saúde decorre do não reajuste nos valores da tabela do SUS há mais de oito anos, desde o início da primeira gestão do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Em Fortaleza, muitos hospitais privados fecharam nos últimos cinco anos e a pediatria está numa situação muito crítica", diz. Dentre as unidades que encerraram as atividades, cita a Maternidade do Sindicato dos Arrumadores, no Mucuripe; Hospital Luíza Távora, no Antônio Bezerra; a Maternidade Hospital Jesus Sacramentado, Messejana; e a Maternidade Argentina Castelo Branco, no Henrique Jorge. "Essas unidades ajudavam a desafogar a Maternidade Escola Assis Chateaubriand". Sobre a dívida do Município com o Estado, Aramicy explicou ter tomado conhecimento de que chega a quase R$ 70 milhões na audiência pública realizada, ontem, na Assembleia Legislativa para discutir o assunto. "Também foi citado na audiência que o Município alega que o Estado deve a ele quase R$ 90 milhões da suspensão de um convênio que era mantido para cobrir as atividades do agente de saúde", ressaltou. Ontem, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), através de sua assessoria de imprensa, se limitou a afirmar que mantém o diálogo com a SMS com objetivo de promover um encontro de contas entre as duas instituições. "A Sesa informa, ainda, que a rede estadual de hospitais não sofre descontinuidade financeira. Para assegurar os serviços de saúde à população, há uma diversificação de fontes de custeio e investimentos", cita a nota oficial. MOZARLY ALMEIDAREPÓRTER
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