Audiência pública debate extrema pobreza
Foto: Dário Gabriel
No Brasil, 16 milhões de pessoas vivem na extrema pobreza, ou seja, possuem uma renda familiar per capita de até R$ 70 mensais. O dado foi apontado pelo presidente da Comissão de Orçamento, Finanças e Tributação da Assembleia Legislativa, deputado Lula Morais (PCdoB), durante a apresentação do mapa da pobreza extrema em Fortaleza, na tarde desta segunda-feia (21/10), na Assembleia.
O parlamentar lembrou que, de 2002 a 2012, ocorreu uma queda de 50% de desigualdade no País, devido a medidas adotadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela presidente Dilma Rousseff. No entanto, ressaltou que, “apesar dos avanços, os números ainda são assustadores” em relação à pobreza e à violência.
Em Fortaleza, de acordo com o representante do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Vitor Hugo Miro Couto Silva, 134 mil pessoas vivem em domicílios com renda per capita inferior a R$ 70, 5,5% da população, com base em dados do IBGE de 2010. No entanto, segundo ele, houve uma redução da extrema pobreza de 2009 a 2012.
“O grande fator contribuinte para a redução da extrema pobreza não foi o Bolsa Família, mas a valorização do emprego”, afirmou, acrescentando que a valorização do salário mínimo também foi importante para a diminuição. Vitor Hugo apontou que os bairros da Regional V e VI representam mais de 50% das pessoas extremamente pobres de Fortaleza.
A coordenadora do Núcleo de Psicologia Comunitária da Universidade Federal do Ceará (Nucom – UFC), professora Verônica Morais, salientou o trabalho desenvolvido em comunidades do bairro Bom Jardim, em Fortaleza, desde o ano de 2007, e Canafístula, no município de Apuiarés, desde 2009. “As pessoas em situação de pobreza possuem problemas, mas possuem potencialidades”, destacou. Segundo a psicóloga, “a naturalização da pobreza leva a culpabilização do pobre”.
A representante da Secretaria de Trabalho, Desenvolvimento Social e Combate à Fome (Setra), Lidiana Rios Farias, ressaltou a atenção às pessoas em situação de extrema pobreza de Fortaleza, “trabalho que vem sendo realizado para montar as melhores estratégias”.
Lidiana relatou o trabalho dos 24 Centros de Referência da Assistência Social (Cras), além do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP). De acordo com Lidiana Farias, de 2007 a 2012, quase três mil pessoas passaram pelo Centro POP, em Fortaleza.
RW/LF