Jacob do Bandolim
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O programa Brasilidade da FM Assembleia (97,6 MHz) homenageia, neste domingo (13/10), a maior referência brasileira no instrumento musical que virou parte de seu nome, Jacob do Bandolim, alçando o instrumento a um lugar de honra na música brasileira. O músico levou o bandolim a um lugar de honra na música brasileira. A missão vinha sendo desenvolvida por outros instrumentistas, como Luperce Miranda, mas foi Jacob quem colocou definitivamente o bandolim como instrumento solista por excelência.
Jacob Pick Bittencourt nasceu em 14 de fevereiro de 1918, no Rio de Janeiro, e ganhou seu primeiro bandolim, de modelo napolitano (ou "de cuia"), na adolescência. Apesar de se apresentar tocando em conjuntos instrumentais desde cedo, nunca se profissionalizou totalmente, tendo sempre outros empregos não relacionados à música.
Foi vendedor, prático de farmácia, corretor de seguros, comerciante e escrivão de polícia, cargo que ocupou até morrer. Por não depender financeiramente da música, Jacob pôde tocar e compor com mais liberdade, sem sofrer pressões de gravadoras ou editoras.
Figura rígida e disciplinada, tanto na personalidade quanto na música, pesquisou e resgatou parte do repertório tradicional do choro. Os frutos dessa pesquisa foram incluídos em várias de suas composições, como “Noites Cariocas”, “Receita de Samba”, “A Ginga do Mané”, “Doce de Coco”, “Assanhado”, “Treme-treme”, “Vibrações” e “O Voo da Mosca”.
Sua primeira grande chance ocorreu em 1934, quando o flautista Benedito Lacerda o convidou a participar do “Programa dos Novos - Grande Concurso dos Novos Artistas”, da rádio Guanabara.
Fez solo do choro “Segura ele”, de Pixinguinha, acompanhado pelos violonistas Lentine e Luis Bittencourt, Canhoto ao cavaquinho e Russo no pandeiro. Erastóstenes Frazão, que dirigia o programa, batizou o conjunto de Jacob e sua Gente. O grupo recebeu nota máxima do júri formado por grandes nomes como Orestes Barbosa, Francisco Alves, Benedito Lacerda, Cristóvão de Alencar e Frazão, conquistando o primeiro lugar entre 27 concorrentes.
A partir daí, tomaram parte nos programas da rádio Guanabara, revezando com o conjunto de Benedito Lacerda. Como intérprete, possuía não só estilo fraseado e toque extremamente personalizado, mas um vasto repertório. Em um caderno de notas sob o título de “repertório trivial” contava com 329 títulos.
Produzido por Fátima Abreu e Ronaldo César e apresentado por Narcélio Limaverde, o programa é apresentado aos domingos, às 18h. A reprise acontece às terças-feiras, às 23h.
RT/LF