Comissão Especial da Seca discute ações da Cagece e do BNB

Aproximadamente 25% da água distribuída através de tubulações para casas de consumidores da Cagece são perdidas com fraudes, segundo dados apresentados pelo presidente da Cagece, André Facó, à Comissão Especial de Combate à Seca da Assembleia Legislativa, na tarde desta quarta-feira (25/09). O encontro, que também contou com a presença do superintendente de Recuperação de Crédito do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) no Ceará, Edilson Ferreira, foi presidido pelo deputado João Jaime (PSDB).

De acordo com João Jaime, o objetivo foi discorrer sobre a situação de calamidade de falta d’água nos municípios cearenses, além de apresentar soluções referentes às linhas de crédito concedidas para agricultores prejudicados com a seca. “Queremos que os convidados apresentem à sociedade o conjunto de ações em andamento para combater a estiagem no Estado. Que é a maior dos últimos 50 anos”, ressaltou o deputado.

Durante a apresentação dos projetos desenvolvidos pela Cagece, para minimizar os efeitos da seca no Estado, André Facó afirmou que a companhia está trabalhando com a implantação de adutoras de montagem rápida nos municípios com maior risco de colapso, e perfurações de poços nos municípios que ainda têm reservatório de mananciais até dezembro. “Estamos implantando mais de 200 km de adutoras. Também já perfuramos 48 dos 100 poços que estão previstos até o mês de dezembro”, esclareceu.

Para tentar minimizar os efeitos causados pelas fraudes na distribuição de água à população, o deputado João Jaime sugeriu uma campanha de conscientização nas cidades onde os “gatos” são mais comuns, e um comitê executivo para atender as demandas de reclamações de prazos e contratos não cumpridos em relação à minimização da seca no Estado.

Além das ações desenvolvidas pela Cagece no combate à seca, a reunião também tratou das demandas de renegociação das dívidas, pelo Banco do Nordeste, dos agricultores que perderam a safra deste ano. De acordo com denúncias enviadas à Comissão da AL, o BNB não está conseguindo atender a demanda dos beneficiários, agricultores voltam das agências, pois não há funcionários suficientes e nem capacitados para gerar a linha de crédito.

Em contraponto, Edilson Ferreira afirmou que o BNB está enviando agências itinerantes para os municípios com grandes populações, além de realizar mutirões nas agências onde apresentam maiores demandas. “Dos 60 mil agricultores que têm direito ao benefício, apenas 10 mil procuraram nossas agências, estamos trabalhando para atendê-los e alertá-los”, finalizou.

Também participaram da reunião os deputados Manoel Duca (PRB), Professor Pinheiro (PT), Leonardo Pinheiro (PSD); o gerente da Agência do Banco do Nordeste da Aldeota, Lourival Nery; o representante da Associação dos Prefeitos e Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Nicolas Fabre; e o gerente executivo da Célula de Agricultura Familiar da Superintendência Estadual do BNB, José Edgar.

MA/LF