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Deputado sugere a reforma do Estatuto - QR Code Friendly
Quinta, 08 Março 2012 04:21

Deputado sugere a reforma do Estatuto

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Fernando Hugo defende alterações no sistema de punição de jovens adolescentes que cometem atos infracionais, beneficiados pelo Estatuto Fernando Hugo defende alterações no sistema de punição de jovens adolescentes que cometem atos infracionais, beneficiados pelo Estatuto FOTO: JOSÉ LEOMAR
  A deputada Patrícia Saboya quer uma reação da Assembleia contra os defensores de mudanças no ECA A manchete de ontem, do Diário do Nordeste, "Justiça liberta adolescentes acusados de matar professor", levantou no plenário da Assembleia Legislativa, o debate sobre a redução da idade penal e a aplicação do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA). O deputado Fernando Hugo (PSDB) defendeu ser necessário repensar alguns artigos do ECA para diminuir o número de jovens envolvidos no crime. A deputada Patrícia Saboya (PDT) não gostou do pronunciamento de Hugo e reclamou uma reação da própria Assembleia contra manifestações daquela ordem. Para Patrícia a sociedade é a responsável por essa situação de delinquência na juventude. "O ECA deve ter 22 anos e de lá para cá, o banditismo juvenil aumentou", declara Fernando Hugo. O deputado criticou a soltura dos dois adolescentes acusados de participação direta na morte do pesquisador e professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Vicente de Paulo Miranda Leitão, morto durante um assalto, em setembro do ano passado, em uma praça do bairro Benfica, em Fortaleza. A soltura dos adolescentes, que chegaram a passar apenas 135 dias recolhidos em um Centro de Ressocialização do Estado, deveu-se ao fato de a Justiça que ordenou a soltura não ter julgado o processo no prazo fixado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. A lei determina que, a partir da apreensão em flagrante do infrator, o processo deve tramitar e chegar ao julgamento em 45 dias, disse. Revisão Para o parlamentar, esse é mais um motivo de colocar em discussão as regras impostas pelo ECA. Ele deixa claro não estar defendendo a extinção do Estatuto, mas a revisão de alguns dispositivos da norma. "Não estou sendo insano e irresponsável em dizer que o ECA faz mal à sociedade, mas sim o artigo que protege o menino que mata, que comete o latrocínio e pratica o estupra", enfatiza. Na avaliação do tucano, o dano ocasionado por uma ação criminosa cometida por um menor, tem o mesmo peso se ela for ocasionada por uma pessoa de maior idade. Por isso, diz ser totalmente contrário que adolescentes continuem matando e traficando nas ruas com a proteção do Estatuto da Criança. Fernando Hugo aponta que muitos desses adolescentes que cometem crimes são recrutados por gangues e quadrilhas comandadas por bandidos de maior idade, que os utilizam pois podem roubar e matar que estarão protegidos pelo Estatuto, disse. A deputada Patrícia Saboya (PDT) discordou veementemente do colega tucano. A pedetista alega que muitos dos políticos que criticam o ECA não falam das estatísticas e nem do sistema carcerário brasileiro. "Ir para a cadeia aos 16 anos é fazer um pós-doutorado em criminalidade", alerta. Reação A deputada salienta ainda que também é necessário por em debate o porquê desses adolescentes estarem nas ruas cometendo crimes ao invés de estarem nas escolas. No seu entendimento, a discussão não se restringe apenas a diminuição da idade penal, é um debate muito mais profundo, polêmico e difícil, mas que deve ser abordado. Patrícia Saboya disse esperar que a Frente Parlamentar em Defesa das Mulheres, instalada na Assembleia, reaja contra essas manifestações em defesa da mudança da maioridade penal, discuta a problemática, entendendo que a redução da idade penal é um atraso para a sociedade, pois a tendência é querer diminuir sempre mais. A deputada Eliane Novais concordou. O deputado Ely Aguiar (PSDC) acredita que a sociedade brasileira está pagando por um País sem leis. Para o parlamentar, o fato de a Justiça não ter julgado o processo, demonstra a falta de zelo para com a família do professor Vicente Leitão. "A família não vale nada?", questionou. O deputado Manoel Duca, no momento presidindo a sessão, apoiou o discurso de Fernando Hugo. Ele é um dos defensores da alteração da idade penal já registrado nos anais da Casa através de diversas manifestações sobre o tema.
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