Audiência pública para discutir o combate às drogas e tratamento de dependentes químicos
Foto: Marcos Moura
A Assembleia Legislativa, por meio da Comissão de Seguridade Social e Saúde da Casa, realizou, na tarde desta terça-feira (09/04), debate sobre o Centro de Referência de Drogas do Estado e as políticas implementadas na área da prevenção e combate às drogas e tratamento de dependentes químicos. A audiência atendeu a requerimento do deputado Fernando Hugo (PSDB).
Para o parlamentar, é urgente que o Estado salve a sociedade da dependência química e livre as famílias da morte. Ele falou sobre o Hospital de Saúde Mental de Messejana, em Fortaleza, onde milhares de pessoas procuram internamento, e destacou que “a droga faz com que o ser humano perca seu superego”.
Ele salientou ainda que, para centenas de doenças existem vacinas que imunizam o ser humano de contraí-las. “Porém, no mundo da drogadição, não existe essa imunização. A única vacina é a prevenção para que o indivíduo não comece a usar e o contínuo e necessário alerta pela prevenção para pais e filhos, pois a droga não tem predileção por uma faixa etária específica”, afirmou.
A promotora de Justiça de Defesa da Saúde Pública do Ministério Público do Estado do Ceará, Isabel Porto, falou sobre o Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH) no Ceará, órgão do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais dos Ministérios Públicos dos Estados e da União, que elegeu o combate à dependência química como meta principal.
“Trouxemos para junto de nós a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado e as secretarias de Saúde do Estado e do Município de Fortaleza. Tem sido um trabalho incansável, para que o Ministério Público consiga fazer com que aqueles que têm o poder de realizar realmente cumpram sua missão”, acrescentou.
A assessora especial de Políticas Públicas sobre Drogas do Estado, Socorro França, salientou que é preciso falar cada vez mais sobre a dependência química, sem preconceitos. Para ela, os pontos principais são a prevenção, as comunidades terapêuticas e os leitos para internamento.
“Estamos num momento importante para chegarmos a uma solução, pois nunca se falou tanto sobre drogas. A lei não permite a criação e ampliação de leitos psiquiátricos, mas não fala nada sobre leitos clínicos. Porém, não basta criar leitos e comunidades terapêuticas. É preciso operacionalizar recursos e meios, e debater muito para que possamos ir arrumando a rede de combate”, complementou.
Já a coordenadora de Políticas sobre Drogas da Prefeitura de Fortaleza, Juliana Sena, falou sobre a existência da política estadual em que se prevê a construção do Centro de Referência sobre Drogas, para acompanhar e garantir a implementação das ações necessárias ao combate à dependência química.
“Existe uma demanda emergencial que é a construção de uma rede de tratamento e a meta é termos, ao final de 2013, 15 leitos de internação. Será publicado um edital para criar vagas em comunidades terapêuticas, serão criadas seis unidades de acolhimento de adultos e duas infanto-juvenis, além da ampliação dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSAD) para atendimento 24 horas”, informou.
RT/LF