Audiência da Comissão de Seguridade Social e Saúde
Foto: Edson Júnior
A Assembleia legislativa foi espaço na tarde desta segunda-feira (13/02) de discussão sobre “As Políticas Públicas de Atendimento aos Portadores de Diabetes Mellitus Tipo 1”. O presidente da Comissão de Seguridade Social e Saúde da Casa, deputado Carlomano Marques (PMDB), lamentou que a doença já atinja, segundo números diagnosticados, mais de 12 milhões de brasileiros.
De acordo com o parlamentar, se não for diagnosticado precocemente, o Diabetes pode causar o “pé diabético”, um processo degenerativo das artérias, que faz com que, como último recurso, seja necessária a amputação. Para Carlomano, é uma cirurgia que traz um sentimento de fracasso, decepção e impotência, principalmente quando se entende que aquela situação poderia ter sido evitada.
“O diagnóstico, tratamento e orientação precoce compõem a filosofia e o principal motivo dessa audiência pública. Queremos mostrar para a população que, através de medidas simples, você pode antecipar o diagnóstico dessa doença, que é traiçoeira se não houver um acompanhamento”, acrescentou. Segundo o peemedebista, a doença pode trazer também como sofrimentos terríveis ao portador a cegueira, por meio da retinopatia, e a insuficiência renal crônica que leva o paciente aos institutos de diálise e, diversas vezes, “à aflição da espera de um transplante”.
O secretário de Saúde do Estado, Arruda Bastos, informou que muitas melhorias têm sido feitas na estrutura, com a ampliação e reforma do Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão e a contratação de mais profissionais.
Ele salientou que a função do Estado é ser um grande articulador, já que a assistência fica muito a cargo dos municípios. “O Ceará nunca avançou tanto na compra de medicamentos, na capacitação de pessoal e na estrutura para atender aos pacientes portadores de Diabetes Tipo I, como também para prevenir e acompanhar os portadores de Diabetes Tipo II”, concluiu.
O médico endocrinologista e professor da Faculdade de Medicina da UFC, Renan Montenegro, afirmou que, pela grande demanda de pacientes, a quantidade de profissionais quase sempre é insuficiente para o atendimento.
“Além disso, um dos maiores problemas é a dificuldade de conseguir fitas para a realização do exame da glicemia capilar, que é feita furando a ponta do dedo, principalmente para o Diabetes Tipo I, que necessita de um controle diário. É obrigação do Sistema Único de Saúde (SUS) fornecer essas fitas. Elas vinham sendo fornecidas, mas houve uma interrupção e os pacientes ficam sem o controle adequado”, disse.
Renan Montenegro explicou, por fim, que o Diabetes Tipo I é aquele que, em geral, aparece na infância e adolescência, e são pacientes magros e “insulino-dependentes”, ou seja, na hora em que é feito o diagnóstico, precisam imediatamente iniciar o tratamento com insulina.
Participaram também da audiência o deputado Adail Carneiro (PDT), solicitante do debate, o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE) e o procurador da República Oscar Costa Filho. RT/LF