Na edição deste sábado (12/11), a atração apresenta a história da Escola Mukambu, da Casa Okan, e do Tambores Afro Baião de Itapipoca, grupos que trabalham educação e cultura como forma de resistência e combate ao preconceito racial.

A Escola Mukambu - Escola de Arte e Educação Popular é um espaço ocupado por vários coletivos artísticos para ministrar aulas de diversas linguagens, como capoeira, dança, educação popular, entre outras. A ideia floresceu em 2020, no bairro Benfica, como um reduto de arte acessível e "força da resistência popular".

Com o mesmo princípio, a Casa Okan, também localizada no bairro Benfica, é lugar de habitação e resistência artística dos grupos Coletiva Negrada e Plataforma Lança Cabocla. A casa representa, como dizem os organizadores, uma forma de aquilombamento, a partir do trabalho e da moradia. Os trabalhos questionam a lógica anticolonial, que tem um componente de dominação de raça, gênero e sexualidade.

Já o grupo Tambores Afro Baião, de Itapipoca (CE), surgiu em 2012 e realiza produções nas linguagens de dança e música. Segundo o grupo, o surgimento se deu "pela necessidade de uma ação afirmativa contra o preconceito racial e intolerância religiosa, empoderando as africanidades negras cearenses em território itapipoquense". O foco do coletivo, ao surgir, era o período do Carnaval, pois, segundo eles, era uma época oportuna para gerar visibilidade às expressões artístico-culturais de matrizes africanas e indígenas brasileiras.

A cada ano, as apresentações e shows dos Tambores Afro Baião e Bloco Afro Baião homenageiam e difundem os orixás brasileiros, os heróis e heroínas negras e as expressões de resistência popular da periferia e interior. Em 2022, o tributo sagrado é para Iemanjá, rainha do mar, e Oxumarê, o senhor dos ciclos. Com essas duas energias regentes, o grupo passeia por canções autorais e não autorais que provocam o público a um respirar de dias melhores em meio à barbárie e perseguição às artes e aos artistas.

O Identidade Cultural é apresentado por Aline Cavalcanti, com produção de Adriano Alves, Virna Cavalcante e Marcelo Marreiro, direção de Clara Pinho e edição de Daniel Cardoso. O programa vai ao ar aos sábados, a partir das 21h, com reprise aos domingos no mesmo horário.

PE/GE