O evento atendeu a requerimento da deputada Augusta Brito (PT) e fez referência ao Dia Internacional das Mulheres na Engenharia, celebrado anualmente em 23 de junho.
A parlamentar comentou que a engenharia carrega muitas vezes o estigma de não ser espaço de mulher e, por isso, faz-se ainda mais importante reconhecer as profissionais que ocupam as diversas áreas da profissão.
Segundo Augusta Brito, que é procuradora especial da Mulher da Alece, as homenageadas são inspirações para as novas gerações de meninas que querem seguir na profissão.
RECONHECIMENTO E PARTICIPAÇÃO
A solenidade homenageou 13 profissionais de diferentes áreas de atuação e o Programa Mulher do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (CREA-CE), criado em 2021 para promover ações e sensibilização sobre o papel das mulheres na área.
Maria Dias, engenheira civil e secretária de Planejamento e Gestão Interna da Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Sema), foi uma das homenageadas e compartilhou o sentimento de gratidão pelo momento de reconhecimento a todas as profissionais.
Recordando a própria trajetória e a atuação na área ambiental, ela ressaltou que, atualmente, o diálogo entre a engenharia e o meio ambiente é mais presente no trabalho dos profissionais que buscam caminhos sustentáveis.
Alzira Miranda, conselheira federal do CREA e coordenadora do Programa Mulher no Estado do Amazonas, informou que a participação feminina na área ainda é pequena, mas é presente e vem conquistando mais espaços.
Ela afirmou que, quando se fala em participação, a busca é por equidade. Segundo ela, há indicativos de que as mulheres ganham até 30% menos do que os homens, o que ilustra a falta de reconhecimento.
Dessa forma, além da busca por melhoria salarial para todos, é necessário equidade entre os profissionais. Ela explicitou que as mulheres estão na profissão para trabalhar de forma igualitária e receber igual.
Emanuel Maia Mota, presidente do CREA/CE, afirmou que, no Ceará, as mulheres representam 18% do quantitativo de profissionais dentro do Sistema Confea/Crea.
O número ainda é pequeno, avaliou, mas houve registro de crescimento nos últimos anos, o que aponta uma maior identificação das mulheres com as áreas, assim como maior sentimento de pertencimento. O presidente do CREA/CE apontou ainda a luta pelo cumprimento do piso salarial dos profissionais.
Maria Helena de Araújo, diretora administrativa do CREA/CE e coordenadora do programa Mulher CREA/CE, recebeu a homenagem em nome da iniciativa que busca a equidade na área.
Ela ressaltou profissionais que fazem parte do projeto, que contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5 das Nações Unidas, que define diretrizes para alcançar a igualdade de gênero e promove ações de empoderamento
A coordenadora enalteceu ainda a contribuição de diversas profissionais homenageadas para o Ceará e as áreas de atuação, assim como os desafios enfrentados em ambientes machistas. Ela lamentou, por exemplo, que não haja o nome da engenheira civil Zita Timbó na placa do Açude Castanhão, uma vez que era a única mulher da equipe. Zita Timbó também estava entre as homenageadas do evento.
SA/GE