Segundo o parlamentar, o episódio trágico de Brumadinho trouxe respostas para o debate sobre o financiamento público e privado de campanhas. De acordo com Carlos Felipe, dos nove deputados federais mineiros, cinco haviam recebido dinheiro da empresa Vale ou de diretores da companhia em suas campanhas.

“Também na Câmara Federal, dos 13 deputados que faziam parte da Comissão de Mineração da Casa, nove tinham recebido recursos das empresas ou de pessoas físicas ligadas a empresas de mineração, culminando na paralisação de diversos projetos ambientais, que poderiam impedir tragédias como as de Mariana e Brumadinho”, apontou Carlos Felipe.

Para ele, o financiamento privado de campanhas contamina o ambiente político e institui um lobby dentro das casas legislativas. “Foram 300 brasileiros enterrados vivos em Brumadinho, porque a legislação permitiu que pessoas e empresas financiassem determinados políticos, e não deixaram andar projetos essenciais para a nossa segurança ambiental”, lamentou.

Carlos Felipe comunicou que, nesta quinta-feira (14/02), a Assembleia recebe, a partir das 16h, debate com seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/CE), para repercutir os efeitos do primeiro ano da terceirização irrestrita e da reforma trabalhista no Ceará.

Ele também registrou que, na próxima quarta-feira (20/02), o segundo expediente da sessão plenária da Casa vai ser dedicado para a explanação do secretário de Saúde do Estado, Carlos Roberto Martins Rodrigues, sobre as metas do Governo na área da saúde para os primeiros 100 dias de 2019.

Em aparte, os deputados Renato Roseno (Psol) e Dra. Silvana (PR) endossaram a preocupação do colega com as consequências perigosas que a liberação do financiamento privado de campanhas pode ocasionar.
RG/AT