A medida foi anunciada via ofício na última sexta-feira (25/11), solicitando que a equipe do Ministério da Saúde escolhesse quais áreas poderiam perder recursos. A medida faz parte da série de bloqueios que somam mais R$ 15,4 bilhões do orçamento dos ministérios de 2022, para evitar o estouro do teto de gastos.
Crítico à decisão, o parlamentar observou que o corte prejudicará diversas áreas da saúde, que já conta com um orçamento “minguado”. “Imaginem o que será essa passagem de ano para os prefeitos e governadores. O orçamento para saúde desse ano foi de R$ 156 bilhões. Ano que vem será de R$ 143 bilhões. Esse corte não acompanha a inflação e nem o aumento da própria população brasileira. Muitos estados se esforçam, como é o caso do Ceará, mas está difícil”, avaliou.
Carlos Felipe lembrou ainda a importância de os deputados federais e senadores eleitos pelo Ceará buscarem mais recursos, pois a contrapartida do Governo Federal é o “grosso” do investimento na saúde, e o Estado não consegue segurar o funcionamento adequado de seus equipamentos de saúde sem a União. “As policlínicas, por exemplo, deveriam ser financiadas também junto com a União, e não são. Não podemos ser a lanterna no investimento em saúde pública entre os países da América do Sul. Espero que nesse próximo mandato possamos superar desafios importantes, como as cirurgias eletivas, a expansão do serviço de saúde no interior, e para isso tudo é preciso investimento”, frisou.
O deputado, por fim, classificou a decisão do Governo Federal como um verdadeiro desrespeito à saúde pública do Brasil. “Final de mandato e parece que querem instalar o caos, parando todos os serviços. O ministro Paulo Guedes pensa na questão do mercado, mas não pensa na fome, na saúde. É uma visão desumana”, declarou.
LA/AT