Os votos que Luizianne Lins (PT) recebeu no 1º turno eram o artigo mais cobiçado na votação de ontem. Mas, ontem, ao chegar à sua seção eleitoral na Assembleia Legislativa, a 40 minutos do fim da votação, Luizianne trazia na camisa estampado o que digitaria na urna: “Vota 13 confirma”, dizia a inscrição.
“Nem pensei que a gente fosse chegar nesse momento aqui na cidade de Fortaleza. A gente nunca passou por esse momento de votar nulo”. Pela primeira vez como eleitora, ela se viu sem alternativa. Por isso, antecipou que seguirá na oposição a Roberto Cláudio (PDT), assim como faria caso Capitão Wagner (PR) tivesse sido o vitorioso. “O que está posto não nos representa mesmo”.
Ela sabe que haverá pressões para o PT aderir à Prefeitura. Mas descarta até o atrelamento dessa discussão pelo provável apoio do PDT à reeleição do petista Camilo Santana. “Governo estadual é outra discussão. A gente tem compromisso inevitavelmente partidário”.
Bastante emocionada, ela chorou ao falar do cenário nacional. “Esse Brasil tinha tudo para dar certo. E está definhando, definhando, definhando”. Cogitou até desistir da política.
Ela disse que já esperava a dificuldade enfrentada na campanha. “Quando vim para essa disputa, já sabia que ia ser muito duro pro PT”. E mostrou sua preocupação com o porvir: “Tomara que a gente sobreviva, que Fortaleza sobreviva ao que vem pela frente”. (Érico Firmo)