De acordo com a pesquisa, o rendimento médio mensal real do 1% da fatia mais rica da população brasileira atingiu, em 2018, o equivalente a 33,8 vezes o ganho obtido pelos 50% mais pobres do País. Ou seja, 1% da população mais rica – grupo que reúne apenas 2,1 milhões de cidadãos – teve rendimento médio mensal de R$ 27.744 reais, enquanto os 50% mais pobres – mais de 100 milhões – só ganharam R$ 820 por mês.
Para o parlamentar, os números são aterrorizantes e confirmam que, enquanto a maioria da população brasileira vive em uma situação miserável, outros gozam de um luxo exacerbado. “É inaceitável que banqueiros e empresários paguem cotas do imposto de renda insignificantes diante do que lucram anualmente, enquanto os pobres, que já ganham pouco, continuam sendo os mais penalizados”, criticou.
Fernando Hugo apontou a necessidade de distribuição de renda que equilibre a qualidade de vida dos brasileiros. “Precisamos de uma forma distributiva de renda que tire um pouco do muito e se divida o pão. O que foi tentado por Fernando Henrique, Lula, Dilma e o próprio Bolsonaro, com Bolsa Família, foi um desastre. Como socialização, serve apenas como esmola e bolsa eleitoral. Muitos recebem bolsa família desde que nasceram e nada produziram para o País”, reclamou.
O deputado defendeu ações mais enérgicas e que sejam aprovadas com maior agilidade pelo Congresso e citou o projeto de lei 2.015/2019, do senador Otto Alencar (PSD-BA), que elimina a atual isenção do Imposto de Renda da pessoa jurídica sobre lucros e dividendos e estabelece o percentual em 15%, descontado na fonte.
“Temos que deixar de tanto falar e partir para a ação. Precisamos cobrar de quem ganha muitíssimo para tentarmos construir escolas e naipes sociais de sustentação de uma vida mais justa e honesta. O projeto do senador Otto Alencar não resolverá o problema, mas servirá como uma primeira ação para modificar essa realidade”, avaliou.
Em aparte, o deputado Sérgio Aguiar (PDT) também lamentou os dados divulgados pelo IBGE. “Ontem vendo esses dados, vi o quanto estamos mais injustos a cada dia com os mais pobres. A concentração de riquezas nesse País está fazendo com que a maioria da população necessite cada vez mais de serviços essenciais fornecidos pelo poder público. Indignação é o que cada um de nós deve ter com o que se passa no Brasil hoje”, externou.
O deputado Vitor Valim (Pros) classificou a situação como absurda e cobrou mais ações da categoria política para reverter a atual realidade.
LA/LF