Para a parlamentar, trata-se de uma proposta fundamental, considerando a importância da profissão do educador para a sociedade. “Um concurso para professor é de extrema responsabilidade, seja para o ensino primário, médio ou superior. Se até um caminhoneiro para exercer seu trabalho precisa realizar esse exame, porque um professor, que está educando nossos filhos, não vai poder?”
A deputada considerou que o projeto é embasado em casos recorrentes, que ganham manchetes de jornais, inclusive, de professores envolvidos com o consumo de drogas, principalmente dentro das universidades.
Dra. Silvana informou também que a proposta inclui o direcionamento do profissional que seja identificado como dependente para o tratamento adequado. “Não queremos demitir ninguém, queremos tratar dessas pessoas pois elas precisam de ajuda, e o projeto já inclui esse questão”, disse.
Em aparte, o deputado Vítor Valin (Pros) lembrou que, enquanto deputado federal, protocolou proposta semelhante, tratando da obrigatoriedade de realização do exame toxicológico a todos que concorrem a cargos públicos eletivos. “Acho que todo mundo que exerce cargo público ou qualquer profissão que requeira atendimento às pessoas deve realizar esse exame de forma recorrente. Não há comprometimento com uma mente direcionada pela dependência”, avaliou.
O deputado Heitor Férrer (SD) se mostrou favorável ao projeto, e lembrou que o exame toxicológico a que se refere não é o de sangue, que já não identifica o consumo da droga no terceiro dia após o consumo. Segundo ele, o toxicológico a que se refere é o que utiliza o fio de cabelo e que detecta o consumo de substâncias psicoativas no período 90 dias que antecedem a coleta.
Já o deputado Acrísio Sena (PT) discordou da matéria, e afirmou que a proposta pega fatos residuais e estende para a realidade. Para ele, o recorte feito pelo projeto, direcionado apenas aos professores, cria uma atmosfera de perseguição aos profissionais, quando casos de consumo de drogas há em todas as profissões e tanto no serviço público quanto no privado. “É uma questão que pode e vai ser usada de forma política, mas é desnecessária e está na periferia das pautas importantes da atualidade”, pontuou.
PE/AT