De acordo com a parlamentar, “Fortaleza Alfabetizada” tem por objetivo mudanças no modo de vida por meio da aprendizagem, atendendo jovens, adultos e idosos, com a adaptação do método Paulo Freire, “educador conhecido por defender a construção do conhecimento a partir das experiências pessoais”.
Eliane explicou que o programa ministra aulas com apoio de vídeos e apostilas, em cursos de seis meses. São utilizados espaços como escolas públicas e instituições parceiras, tendo como público-alvo os jovens a partir de 15 anos e até idosos, que não tiveram oportunidade de alfabetização no tempo certo.
Ela informou ainda que os coordenadores de turma passam por capacitação de 40 horas. “A meta é superar 20 mil alunos, com 1.200 alfabetizadores já preparados ou em fase de preparação até o final do ano”, pontuou.
Desde o início das aulas do programa, segundo Eliane, foram formadas quase 600 turmas, o que representa cerca de 4.800 novos alfabetizados. “Infelizmente, apesar dos inegáveis avanços no que diz respeito à inclusão escolar, o analfabetismo ainda é uma dura realidade que impede o desenvolvimento do País e a redução das desigualdades, porque tira da população o direito básico e humano de ter acesso à educação e ao conhecimento, colocando milhares de brasileiros à margem das oportunidades de trabalho e renda”, frisou.
Eliane observou que levantamentos de 2010 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam que, apesar de uma redução na taxa de analfabetismo, o Ceará continua entre os cinco estados com piores índices do País. “São mais de um milhão de cidadãos analfabetos na faixa etária de 15 anos ou mais de idade, o que representa cerca e 18% da população do Estado”, pontuou.
Conforme explicou, se compararmos a média do Estado com a do Brasil, que é de 9,7%, o Ceará está com a taxa bem acima da nacional. “Além disso, o Estado figura entre as sete unidades da Federação onde mais da metade da população idosa é analfabeta”, assinalou. Eliane ressaltou a necessidade de políticas de erradicação do analfabetismo, especialmente no Nordeste, “onde se concentra mais da metade dos analfabetos do Brasil”.
Segundo a deputada, Fortaleza se destaca por ter a menor taxa de analfabetismo do Estado e por ter apresentado expressiva redução nos últimos anos. “Em 2000, o índice de analfabetos na Capital era de 11,2% e, em 2010, esse percentual caiu para 6,9%”, acrescentou.
JS/AT