Ele relatou reunião realizada, na última segunda-feira (13/05), do governador Camilo Santana com deputados federais e estaduais cearenses, o senador Cid Gomes (PDT)-CE) e os reitores da Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Cariri (UFCA), Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) sobre o impacto da medida nas instituições, caso aconteça o corte de recursos. “Os reitores estavam perplexos com o anúncio e extremamente preocupados com o futuro das instituições”, salientou.
Segundo o líder do Governo, a UFC sofrerá um corte de R$ 46,5 milhões repercutindo de forma drástica no seu custeio. “Essas instituições hoje sofrem uma indefinição, pois não sabem como manterão seu funcionamento com tamanho impacto. Além da UFC, a UFCA perderá R$ 18 milhões, a Unilab R$ 11,5 milhões e o IFCE R$ 32 milhões. E ainda pior é saber que 80,7% dos alunos dessas instituições tem renda familiar inferior a 1,5 salário mínimo, Imaginem o que vai acontecer com a vida destes alunos que viram no ensino superior uma oportunidade de mudar sua realidade?”, questionou.
Júlio César Filho informou ainda sobre a audiência pública que acontecerá na Assembleia Legislativa, no dia 31/05, para debater e promover a união dos representantes do legislativo cearense em defesa do ensino superior do Brasil. “Vamos reunir nossa bancada federal e estadual com os reitores e a população para tomar providências sobre esse importante e preocupante assunto. O Congresso convocou a presença do ministro de Educação para explicar o motivo dos cortes. O próprio deputado federal, Capitão Wagner (Pros-CE), mesmo tendo apoiado o presidente nas eleições, se pronunciou sobre a falta de coerência do Governo Federal. Temos que entender que não se trata de lado a ou b, é luta pelo ensino superior do Brasil”, afirmou.
Em aparte, o deputado Acrísio Sena (PT) destacou a manifestação realizada nesta quarta-feira em todo o Brasil. “Estive na Praça da Bandeira e nunca vi tanto jovem reunido, pois sabem que o impacto que essa medida trará é muito profundo para os rumos de uma nação como a nossa. O presidente precisa recuar ou vai criar um barril de pólvora”, avaliou.
O deputado Leonardo Pinheiro (PP) lembrou o fato de o Brasil ter fundado sua primeira universidade somente no século 19, quando outros países já possuíam ensino superior ainda no século 16. “Já nos atrasamos historicamente em relação ao ensino superior e ainda estamos correndo risco de retroceder. Imaginem o que será dos nossos hospitais ligados às instituições de ensino, como a maternidade escola?”, questionou.
Para o deputado Queiroz Filho (PDT), o repúdio aos cortes parte não só de alunos e profissionais da educação, mas de todos que acreditam em seu poder transformador. Já o deputado Walter Cavalcante (MDB) louvou a atitude do deputado Capitão Wagner em se pronunciar sobre questão. “É triste passarmos por algo assim e louvo a atitude de Capitão Wagner pois, independente de política, temos que dar as mãos. É a educação do nosso país que está em jogo”, frisou.
O deputado Guilherme Landim (PDT), por sua vez, defendeu como obrigação de todos a luta contra os cortes na educação, uma vez que a medida pode resultar no encerramento das atividades de várias instituições. A deputada Dra. Silvana (PR) ressaltou seu posicionamento e do deputado federal Jaziel Pereira (PR-CE) contra os cortes no orçamento. “Hoje o deputado Jaziel estará com o ministro da educação e comunicará sua posição sobre o assunto. Somos um casal que prioriza a educação e não concordamos com a medida”, declarou.
LA/CG