Ely Aguiar criticou o fato de não haver manifestação das autoridades estaduais acerca dessas estatísticas. “Nos últimos meses, o Governo do Estado não tem mais ocupado os meios de comunicação para falar sobre a redução da violência, como tinha virado uma rotina, porque os índices eram mais favoráveis”, avaliou.
De acordo com ele, os “índices estavam caindo por causa de acordo entre as facções, e não por ação do sistema de segurança pública do Estado”. Entretanto, o pacto teria sido desfeito, e Fortaleza passou a ser a capital mais violenta do Brasil, ressaltou o deputado.
Além da Capital, Ely Aguiar apontou que várias cidades do Ceará estão entre as mais violentas do País - como Juazeiro do Norte, Caucaia e Maracanaú. “Em Catarina, foi assassinado um ex-secretário municipal. Um adolescente sequestrado em favela de Fortaleza foi encontrado esquartejado. Há dois finais de semana, foram 51 mortes. No último final de semana, 66 pessoas mortas”, informou.
O parlamentar alertou que a crueldade dos executores também está aumentando. Como exemplo, citou que duas mulheres e um homem foram sequestrados na terça-feira (06/06) e os corpos foram encontrados metralhados em uma estrada vicinal.
“Não dá para ficar calado diante dessa situação. Ninguém tem paz. A semana que passou tivemos registros de 11 policiais, entre civis e militares, que foram atacados por bandidos”, acentuou. Ely Aguiar também lembrou que houve, no último final de semana, um massacre de seis pessoas no Porto das Dunas.
Em aparte, o deputado Capitão Wagner (PR) disse ter observado um clima de pânico nas redes sociais na terça. “Foram três pessoas assassinadas com 30 tiros. Decapitações estão virando rotina”, comentou.
O deputado Dr. Santana (PT) lamentou que os jovens sejam as principais vítimas de homicídios. “Ninguém pode aceitar isso como coisa corriqueira. Temos que discutir com a sociedade e cobrar também do Governo Federal”, defendeu.
A deputada Fernanda Pessoa (PR) afirmou que acompanha com tristeza o fato de Maracanaú estar entre as cidades mais violentas. Ela lembrou que já fez diversos apelos ao Estado, por meio de pronunciamento e requerimentos, mas as delegacias do Município continuam fechadas.
Para a deputada Aderlânia Noronha (SD), a situação da segurança é crítica. Em Parambu, segundo ela, há apenas cinco policiais para garantir a segurança. A parlamentar lembrou que o motorista dela foi assassinado a menos de 500 metros de um posto policial.
JS/GS