A iniciativa, segundo ela, tem por objetivo esclarecer e orientar mulheres vítimas de violência no Estado e vai percorrer 20 escolas públicas estaduais da Capital e do Interior.
A parlamentar informou que estudo realizado pelo Instituto Patrícia Galvão aponta que 54% dos brasileiros conhece uma mulher que já foi agredida pelo parceiro. “É um mal social. Mulher vista como objeto e sexo frágil. Até quando isso vai acontecer?”, lamentou Bethrose.
Ele lembrou que uma importante batalha foi vencida pelas mulheres com a aprovação da Lei Maria da Penha. Graças a ela, conforme explicou a deputada, foi reduzido o índice de violência, além de haver o estímulo para as denúncias desse tipo de caso.
“As mulheres estão acreditando nas políticas públicas, mas muito mais precisa ser feito no sentido de erradicar a violência contra a mulher na sociedade”, avaliou. Para a deputada, é preciso exterminar a cultura de depreciação de gênero.
Além disso, Bethrose defendeu que “o tema da agressão contra a mulher tem que sair do confinamento do movimento feminista, acadêmico e da gestão pública. Temos que ganhar corações e mentes para quebrar a cultura que banaliza a violência como algo natural, e não é”.
De acordo com a deputada, é preciso também combater a pornografia, que, na avaliação dela, cria uma cultura de depreciação do gênero feminino, fazendo com que “a violência contra a mulher seja justificada de forma cruel”.
Bethrose também cobrou, do Governo do Estado e do Governo Federal, a inauguração da Casa da Mulher Brasileira, que propiciará atendimento humanizado às mulheres ao integrar, no mesmo espaço, os serviços de acolhimento, apoio psicossocial, promoção da autonomia econômica, além do atendimento da Delegacia da Mulher e da Defensoria Pública.
Em aparte, a deputada Rachel Marques (PT) disse considerar epidêmica a violência contra a mulher. “Mesmo com a lei avançada, como a Maria da Penha, os números ainda são muito assustadores”, alertou.
A deputada Augusta Brito (PCdoB) solicitou a união de todas as deputadas para o sucesso da caravana. “(Ela) Visa ao diálogo com jovens, de maneira lúdica, com a apresentação de teatro, para atingir a metodologia da caravana”.
O deputado Carlos Felipe (PCdoB) elogiou o trabalho que a deputada Bethrose tem feito em defesa da mulher. “Só no ano passado, foram cinco mil denúncias de violência no Ceará, o que demanda muito trabalho de esclarecimento”, comentou.
A deputada Aderlânia Noronha (SD) disse ser inaceitável a violência contra a mulher e defendeu que não se deve ficar calado diante dessa situação. O deputado Renato Roseno (Psol) avaliou como “meritória” a realização da caravana.
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