O peemedebista também criticou as prioridades dos investimentos do Estado. Agenor Neto salientou que os recursos que deveriam seguir para a unidade de Iguatu “estão servindo a outros hospitais”. De acordo com o deputado, o Hospital Regional de Sobral recebe em torno dos R$ 142 milhões, enquanto Iguatu apenas R$ 15 milhões. “E o secretário de Saúde, Henrique Javi, ainda acha que é suficiente”, acrescentou.
Agenor Neto informou que a Prefeitura de Iguatu solicitou uma liberação de R$ 1,8 milhão para o hospital pelos próximos seis meses. “Só R$ 1,8 milhão e ainda assim o Estado dá calado por resposta”, lamentou.
O parlamentar criticou a gestão da pasta de Saúde e o secretário Henrique Javi. De acordo com o deputado, Javi é ex-presidente do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), entidade que realiza a gestão dos hospitais públicos do Ceará e que, “consome todo o dinheiro que deveria ser da saúde da população”.
Ele lembrou que o ex-secretário de Saúde, Carlile Lavor, compareceu à Assembleia Legislativa e explicou que todos os problemas enfrentados pela saúde do Estado eram de gestão. “Ele veio aqui e disse isso e o que acontece? Ele caiu e quem assumiu a pasta foi o ex-presidente da ISGH. Agora me digam, é do interesse da ISGH, que também administra hospitais privados, que os hospitais públicos funcionem corretamente?”, questionou. Ele destacou ainda que quem gere o hospital de Sobral é a Organização da Sociedade Civil de Direito Público (Oscip), empresa terceirizada pela ISGH.
O deputado assinalou que o Hospital Regional de Iguatu tem um índice de mortalidade 0,7%, e que abrange todos os municípios da região centro-sul e até do Cariri. “Quero elogiar a qualidade, o desafio e a luta de todos que fazem aquele hospital, mas não podemos aceitar esse comportamento do Governo do Estado”, concluiu.
Em aparte, o deputado Danniel Oliveira (PMDB) acusou o Governo de se “esconder atrás dos secretários para não resolver questões fundamentais para a população”. Ele lembrou que, durante sua visita à AL, Carlile Lavor afirmou que apenas 50% do valor pago à ISG para gerir os hospitais seriam suficientes para por os hospitais municipais em funcionamento e atender à população. “O que aconteceu depois disso foi a demissão de Carlile”, disse.
Já Tomaz Holanda (PMDB) apontou a questão do Hospital de Quixeramobim, que, segundo ele, teve um custo de R$ 92 milhões, e tem capacidade para atender 400 pacientes por dia, mas está há um ano e meio parado.
PE/AT