Segundo ela, documento elaborado pela Organização Mundial da Saúde, Fundo de População das Nações Unidas, Fundo das Nações Unidas para a Infância e Banco Mundial aponta que as quatro causas mais comuns de morte materna são hemorragias graves após o parto, infecções, hipertensão durante a gravidez e abortos inseguros realizados em más condições.
De acordo com a parlamentar, 99% das mortes maternas ocorrem nos países em desenvolvimento, e a maioria poderia ser evitada por meio de intervenções. “Embora o nosso País apresente uma tendência de redução das mortes maternas bastante expressiva”, ela disse que é necessário “seguir investindo na ampliação do acesso ao planejamento reprodutivo voluntário, na melhoria da qualidade da atenção ao pré-natal, na formação de profissionais para o atendimento adequado, humanizado e não discriminatório, no fornecimento de serviços e na ampliação do acesso aos cuidados obstétricos de emergência quando surgem complicações”.
Para além de investimentos econômicos, é preciso ter boa vontade e ações eficazes, pontuou a deputada. Ela destacou o II Fórum Comunitário do Selo Unicef 2013-2016, realizado ontem (14), em Maracanaú, em que o assunto foi discutido. "Pudemos ver de perto as ações e políticas que estão dando certo. Lá, a Prefeitura Municipal tem recebido elogios de equipes de saúde pelo trabalho de qualidade desenvolvido pela saúde da mulher e pela excelência no atendimento ao parto humanizado”, destacou.
Ela disse que o Ceará é um dos três estados do Brasil - e pioneiro no Nordeste - em incentivar partos humanizados na água, que são realizados no Hospital Municipal de Maracanaú Dr. João Elísio de Holanda. "O Hospital da Mulher de Maracanaú, por exemplo, é referência da terceira Coordenadoria Regional de Saúde do Estado do Ceará. Maracanaú tem registrado uma média de 300 partos por mês e nenhuma mortalidade infantil ou materna", informou.
Fernanda Pessoa acredita que o parto humanizado é ainda uma das melhores práticas para evitar as cesáreas e os riscos que elas trazem à saúde da mulher. O último boletim da Secretaria de Saúde do Ceará, divulgado ano passado, mostra que a razão da mortalidade materna no Ceará diminuiu em 26,8% em 2014, com redução de 82,5 óbitos por 100 mil nascidos vivos em 2013 para 60,4 em 2014, quando 77 mulheres morreram em partos em 54 municípios cearenses.
Outro assunto abordado pela deputada diz respeito ao atendimento às mulheres com câncer. “Peço aqui, publicamente, que o Estado cumpra com a Lei de 60 Dias, que prevê biópsia para mulheres com câncer detectado. E essa lei tem sido descumprida sistematicamente aqui no Ceará”, lamentou.
LS/CG