Capitão Wagner leu uma postagem do professor Luis Fábio Paiva, pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência, no Facebook, em que ele expõe sua incompreensão pela recusa do comando policial do Estado, diante da importância do órgão. Capitão Wagner lembrou que Fortaleza é a capital com maior número de assassinatos e, portanto, teria muito a se beneficiar com a liberação do tenente, que hoje é estudante do doutorado de Educação da Universidade Federal do Ceará.
“Não é possível entender tal decisão, porque precisamos de toda ajuda possível. Apelo para que o comando possa reconsiderar a decisão”, disse.
O deputado também defendeu a convocação dos aprovados em concurso público para a Polícia Civil e para o Corpo de Bombeiros. De acordo com Capitão Wagner, a contratação dos novos policiais e bombeiros pode contribuir muito para a redução dos índices de violência no Estado.
“Há recomendação de que haja pelo menos um delegado para cada sete mil habitantes. Porém, no Ceará, em algumas regiões, temos somente um delegado para 150 mil habitantes, como acontece nos Inhamuns. O delegado de Tauá atende a sete outros municípios”, informou.
O deputado esclareceu que os candidatos aprovados para a Polícia Civil deveriam estar fazendo o curso preparatório, que tinha início previsto em dez de setembro. Porém, apesar de ter sido oficialmente comunicado o início do treinamento, houve adiamento. “Em 10 de setembro, matérias publicadas na imprensa falavam que o curso de formação estaria iniciando em setembro, com término previsto em fevereiro. Só que isso não ocorreu”, pontuou.
Para Wagner, há sucateamento da Polícia como um todo. “Temos um policial para 3.700 habitantes, quando a média nacional é de um para cada 1.400. Deveríamos ter 772 delegados e temos somente 295; apenas 38% do que determina a lei, além de uma carência de 591 escrivães”, informou.
O parlamentar frisou ainda que, por conta do baixo efetivo, de todos os boletins de ocorrência, apenas 2% se transforma em inquérito policial e apenas 8% dos casos investigados chegam a uma solução. “Temos que estabelecer prioridades. O governador recebeu o Estado em condições não muito favoráveis, mas precisa tratar disso com responsabilidade. Hoje o Ceará é a 27ª unidade da Federação em efetivo de policiais civis. Se chamar todos os aprovados, iremos para a sétima posição. Sem esse efetivo não dá para trabalhar corretamente”.
Em aparte, o deputado Renato (Psol) disse que há apenas seis profissionais de segurança selecionados no Brasil inteiro para compor o Pacto Nacional pela Redução de Homicídios. “O Ceará perde e o Brasil também, por consequência, com a não liberação do tenente Anderson Duarte”.
JS/CG