De acordo com Renato Roseno, há uma competição pela água no Ceará, em decorrência da escassez gerada pela seca. “É uma competição injusta, porque o pequeno está competindo com grandes consumidores”, criticou.
Roseno disse ter solicitado à SRH, por meio de requerimento aprovado no Plenário da Casa, a discriminação de todas as outorgas de água concedidas desde 2014. O documento também questiona o volume e a qualidade da água outorgada, além do perfil dos beneficiados e para qual uso será destinado. “Quero saber se há empresas consumindo muito mais que a população”, explicou o parlamentar.
A resposta da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) foi considerada insuficiente pelo deputado. “Foram mais de 1.600 outorgas, sendo 55% para irrigação, 11% para abastecimento humano e 9% para a indústria”, informou o parlamentar. Entretanto, não foi encaminhada a lista com o nome dos outorgados.
Além disso, a Cogerh informou que 73% dos reservatórios estão com a qualidade da água comprometida devido à eutrofização, provocada pelo despejo de resíduos não tratados. Isso já provocou a morte de 600 toneladas de peixe no açude Castanhão e de 200 toneladas no Orós.
O deputado lembrou que o Complexo Industrial e Portuário do Pecém já utiliza quase mil litros de água por segundo. “E, no próximo semestre, com o início das atividades da Companhia Siderúrgica do Pecém, a demanda de água pode dobrar”, alertou.
Na avaliação de Renato Roseno, o esforço para garantir a segurança hídrica está focado na manutenção das atividades econômicas, enquanto a população poderá passar por sérias dificuldades. “O Governo vai causar um caos no abastecimento de água”, criticou. O deputado anunciou que irá apresentar requerimento solicitando informações sobre o projeto de reúso da água no Porto do Pecém.
JS/GS