Conforme explicou o deputado, os funcionários estão pedindo “apenas” 1,5% de reajuste real, e valores de diária e do vale refeição similares à empresa de energia do Rio Grande do Sul, que também é controlada pelo conglomerado dono da Coelce.
O parlamentar lembrou que, quando a Coelce foi privatizada, na década de 1990, o lucro líquido anual era de R$ 90 milhões. “Hoje é de R$ 251 milhões, passando de 2,2 milhões de consumidores nos anos 1990 para 3,6 milhões em 2015. O valor da tarifa aumenta sempre, mas eles não chegam a um acordo salarial com os trabalhadores”, disse.
De acordo com Elmano Freitas, a empresa não quer voltar à mesa de negociação. “É por isso que algumas empresas privatizadas devem ser re-estatizadas”, acrescentou. O petista também manifestou solidariedade aos trabalhadores, e pediu à empresa “um mínimo de sensibilidade”.
Elmano Freitas também lamentou que ainda existam nos dias de hoje referências positiva ao golpe militar de 1964. Conforme explicou, João Goulart foi presidente porque o povo foi às urnas e decidiu que queria um regime presidencialista e não um primeiro ministro. “Qualquer pessoa tem direito de ser contra ideologias, mas não de depor o presidente eleito pelo povo.”
O parlamentar lembrou que o então governador Virgílio Távora, em um célebre discurso, reconheceu, na presença do general Castelo Branco, ações positivas do Governo João Goulart, que assegurou para o Ceará a instalação do Distrito Industrial de Maracanaú e a transmissão de energia para as indústrias que iriam ser instaladas.
“Celebrar um regime ditatorial é dizer que prefere a força das armas à força do voto. O regime militar instalado fechou o Congresso Nacional e cassou mandatos de deputados eleitos pelo povo cearense. Edgar Linhares, hoje homenageado em pronunciamento do deputado Professor Teodoro (PSD), era um pensador da Educação de Virgílio Távora e foi perseguido pelo regime”, assinalou Elmano.
O deputado informou que hoje será realizada uma solenidade para comemorar com a CNBB, CUT e vários partidos, a redemocratização do País. “Devemos ao PMDB, PT, PDT, PCB e PCdoB, a volta do regime democrático. Também devemos nos lembrar de vários jovens que deram a vida pela democracia. Na ditadura, se um jornalista ou deputado denunciasse corrupção era cassado, preso e a família tinha que rezar para que ele não fosse morto”, observou.
JS/AT