Ely Aguiar afirmou que a maior preocupação hoje na Petrobras é evitar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e não gerar investimentos. “Vocês acham que a Petrobras, abarrotada de escândalos, um atrás do outro, está preocupada com a nossa refinaria?”, questionou. O deputado afirmou que a estatal está sem recursos para a construção da Premium II. “Esta Casa apresentou e recebeu do Governo do Estado projetos para viabilizar a instalação do equipamento que nunca saíram do papel. Sempre na promessa de que a refinaria estava chegando e nada”, pontuou.
O parlamentar leu reportagem publicada no jornal O Comércio, no dia 06/08/1998, quando se anunciava a vinda da refinaria. “O governo anunciou a construção de uma refinaria no porto do Pecém, com início da operação prevista para 2003, e que em 2008 estaria produzindo 200 mil barris de petróleo. Cadê?”, questionou.
Ely Aguiar disse ainda que a denúncia de que o Estado foi enganado não é dele, mas do ex-ministro e atual secretário de Saúde do Ceará, Ciro Gomes, que teria dito isso durante uma palestra sobre economia brasileira em São Luiz do Maranhão. “Falando sobre o Ceará como rota de investimentos, ele disse que a refinaria é uma enganação, pois não saiu do papel. Que o Governo estava enrolando cearenses e maranhenses, que ficaram esperando refinarias em seus estados”, complementou.
O deputado questionou também outras obras prometidas, como o projeto de ampliação do aeroporto Pinto Martins, a Transnordestina e a transposição do rio São Francisco. “A transposição só recebeu agora um grupo de trabalhadores porque estamos perto das eleições”, afirmou.
Em aparte, o deputado Lula Morais (PCdoB) discordou de Ely e disse que ainda apostava na vinda da refinaria para o Ceará. O parlamentar citou reunião de que o então senador do Ceará Tasso Jereissati teria participado com representantes da Petrobras, em Brasília, para defender, segundo ele, interesses particulares. “Ele não foi atrás da refinaria, ele queria mesmo era subsidiar gás congelado para a siderúrgica”, criticou.
Os deputados João Jaime (DEM) e Osmar Baquit (PSD) rebateram Lula Morais e defenderam o ex-governador. “A siderurgia era de uma empresa italiana. O senador Tasso lutou pelo Ceará. A Petrobras hoje serve a ONGs de políticos, muitas delas que sequer endereço têm”, criticou João Jaime. O deputado se referiu à denúncia de que organizações não governamentais (ONGs) que estariam recebendo recursos e repassando o dinheiro para campanhas políticas de partidos da situação.
Osmar Baquit reforçou as palavras de João Jaime e completou: “O senador Tasso tem uma ficha de serviços prestados ao Estado e quem barrou a tentativa de instalar a CPI das ONGs foi o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE)“, ressaltou.
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