Dedé esclareceu que o relatório foi aprovado por unanimidade por mais de 100 países. O parlamentar afirma que as crescentes emissões de gases do efeito estufa ampliam o risco de conflitos, fome, enchentes e migrações em massa. "O aumento da magnitude do aquecimento eleva a probabilidade de impactos graves, penetrantes e irreversíveis", disse o parlamentar. O texto, segundo Dedé, utilizou como base mais de 12 mil estudos científicos e “foi classificado como um dos mais completos da história pelo secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, Michel Jarraud”, disse.
O informe alerta também, segundo o petista, que o impacto dessas mudanças não será sentido igualmente em todo o mundo, resultando em aumento da desigualdade entre ricos e pobres, saudáveis e doentes, jovens e velhos, homens e mulheres.
Segundo o documento, “alguns lugares terão água demais, enquanto outros terão pouco acesso à água potável”. Outros riscos mencionados são referentes ao preço e à disponibilidade de alimentos, às doenças e até mesmo à paz mundial. “Esses efeitos serão ainda maiores se nada for feito para evitar o aquecimento global”.
De acordo com o deputado, o documento aponta que desastres do século XXI, como as ondas de calor na Europa, os incêndios florestais nos Estados Unidos, as secas na Austrália e as enchentes na Ásia, apenas destacam o quão vulnerável a humanidade é a condições climáticas extremas.
“O documento ainda recomenda a redução do desperdício de água, a construção de parques arborizados para aliviar o calor em grandes cidades e a prevenção do assentamento de pessoas em lugares expostos a condições climáticas extremas”, disse o deputado. O parlamentar observou que as populações de regiões semiáridas, como o Nordeste brasileiro, irão sentir ainda mais as consequências do aquecimento global.
Em aparte, o deputado Professor Pinheiro (PT) disse que o Nordeste brasileiro é a região semiárida mais habitada do planeta e será a mais prejudicada com as mudanças climáticas. “Infelizmente, Japão, China e Estados Unidos não assinaram o novo protocolo para que tivéssemos ações efetivas contra o aquecimento. Temos de retomar as ações de combate à desertificação”, acentuou.
Para o deputado Leonardo Pinheiro (PSD), há um consenso que as mudanças climáticas são reais. “Isso afeta diretamente a nós, que moramos no semiárido. Temos regiões no Ceará que, se não forem adotadas providências urgente, serão desertificadas”, observou.
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