Fernanda Pessoa esclareceu que a cajucultura chegou a assegurar mais de 150 mil postos de trabalho no Estado e, atualmente, passa por uma difícil situação, apesar de todos os esforços desprendidos pelo sindicato dos produtores de caju. ”A cada ano, a área de plantio tem sido reduzida, bem como a produtividade; sem falar na existência de algumas pragas, que geram muitos prejuízos aos cajucultores”, disse.
A deputada lembrou que o Brasil chegou a disputar o primeiro e o segundo lugar com a Índia e o Vietnã na produção de castanha de caju ‘in natura’, mas atualmente está sendo superado por alguns países africanos nesse mercado. “Há significativa queda de produção, especialmente no Ceará, que, junto com o Rio Grande do Norte e Piauí, representa 95% de toda a produção brasileira do produto”, acrescentou.
Fernanda Pessoa destacou ainda que, há pouco mais de duas décadas, o Ceará possuía 22 indústrias que beneficiavam a castanha de caju. Atualmente, são apenas seis dessas empresas instaladas, podendo esse número diminuir ainda mais, caso medidas urgentes e eficazes não sejam adotadas pelo Governo Federal.
De acordo com a parlamentar, a aprovação do Funcaju “mostra que o Governo Federal acena com medidas estruturais que possam resgatar a cajucultura no Nordeste. Segundo Fernanda Pessoa, o anseio dos produtores nordestinos deve-se ao fato de que o Funcaju proporcionará o desenvolvimento, o financiamento e a modernização da agroindústria do caju e seus derivados, incentivando o aumento da produtividade, fortalecendo a exportação de produtos, promovendo a defesa do preço dos mercados interno e externo, e das condições de vida do trabalhador rural.
Em aparte, o deputado Danniel Oliveira (PMDB) lembrou que a cultura do caju é uma das maiores geradoras de emprego do Ceará. Ele revelou que lutou para a criação do Funcaju, que passou vários anos aguardando tramitação no Congresso, e “estava dormindo nas gavetas do Senado”. Fundo prevê a preservação de 41 mil empregos, sendo 25 mil no campo e 16 mil nas indústrias, segundo o peemedebista.
Danniel Oliveira pontuou que, mesmo após sancionado, o Fundo está sendo alvo de disputas políticas e por isso ainda não está sendo implementado. “Precisamos trazer o Fundo para o Ceará, que já foi o maior produtor de caju do País, para que possamos recuperar a cultura e ampliar a geração de emprego e renda”, pontuou.
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