O parlamentar afirmou que a data é muito representativa e deve ser o momento oportuno para uma reflexão sobre avanços e retrocessos na luta pelos direitos dos negros. “Esse dia significa muito para a consciência negra no nosso País. É dia de analisar o que os negros realmente conseguiram e o nosso papel nesse processo”, disse.
Dedé Teixeira apresentou dados da reportagem do jornal O Povo que mostra a raça negra como aquela com menos expectativa de vida. “A violência reduz a expectativa de vida de negros em mais de dois anos. E se for homem e negro, a redução é de 3,6%. Ou seja, o negro vive menos e isso é muito sério”, pontuou.
O deputado destacou a necessidade de políticas inclusivas para a etnia, como a de cotas específicas. “É preciso cada vez mais entender que a política de cotas é verdadeiramente uma grande ação para equalizar a população. Vejam que mais de 60% dos cearenses se declaram negros ou pardos”, afirmou. Além disso, lembrou da necessidade de implementação, nas escolas, da Lei 10.639, que torna obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira na rede de ensino pública e privada. No entanto, muitas escolas ainda não cumprem a lei efetivamente.
Em aparte, a deputada Eliane Novais (PSB) falou sobre um encontro realizado no bairro Bom Jardim, em Fortaleza, em que foi debatida a relação entre violência e raça. “Há 15 dias estivemos no Bom Jardim falando sobre a mortalidade juvenil de negros. O negro ainda é um estereótipo, na cabeça de muitos é um marginal. Por isso é tão importante essa reflexão”, assinalou.
O deputado Professor Pinheiro (PT) também pediu aparte e fez um convite em plenário: “Sexta-feira, dia 22, vamos aproveitar o segundo expediente para homenagear o Dia da Consciência Negra.”
Os deputados Ferreira Aragão (PDT) e Fernando Hugo (SDD) também pediram aparte e falaram sobre a importância do tema. “O negro foi libertado, mas não se deu a ele condições de caminhar sozinho; faltou o espaço que ele merecia. É preciso criar essas condições”, ressaltou Ferreira Aragão.
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