Na Assembleia, as mudanças partidárias foram notadas logo no painel eletrônico, para o registro das presenças O Partido Republicano da Ordem Social (PROS), por sugestão dos seus novos integrantes no Ceará, vai criar uma comissão nacional para aprimorar o seu conteúdo programático, segundo disse ontem, na Assembleia Legislativa, o deputado Mauro Filho. A criação de novos partidos motivou debates no plenário do Legislativo estadual e na Câmara Municipal. Em consequência, a saída e entrada de parlamentares nas novas agremiações foi o tema mais debatido no plenário e nos corredores da Casa Legislativa durante todo o dia. Logo que o painel eletrônico foi aberto, para marcar as presenças dos deputados, os nomes de doze parlamentares estavam registrados sem as suas respectivas legendas. Além dos oito que saíram do PSB (sem contar com Ivo Gomes, licenciado para ser secretário municipal de Educação), Fernando Hugo (ex-PSDB), Téo Menezes (ex-PSDB), Lucilvio Girão (ex-PMDB) e Manoel Duca (ex-PRB) também apareciam sem identificação partidária. Hermínio Resende, que na noite da última terça-feira havia anunciado a saída do PSL, ainda estava identificado como sendo membro da sigla. De acordo com Mauro Filho, as primeiras conversas com a presidência nacional do PROS garantiu que as discussões sobre adequação dos estatutos do partido partirão do Ceará: a redução das desigualdades sociais e da carga tributária. "Vamos discutir as teses e as ideias do programa que foi registrado no TSE e compõe as discussões de nossas temáticas para debater nesse momento. Quando recebemos no último sábado toda a executiva do PROS, inclusive, o seu presidente, Eurípedes Júnior, o primeiro ponto debatido foi sobre nossas propostas à legenda", disse o parlamentar. Em seu pronunciamento, Mauro Filho ainda criticou a falas da deputada Eliane Novais (PSB), que havia dito que o PROS já nasce desqualificado, quando teria aceito o ex-governador de Brasília, José Roberto Arruda como filiado. Ela também teceu críticas ao secretário de Saúde do Estado, Ciro Gomes, pois este também teria feito críticas ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). "Fiquei chocado com a palavra grosseira e mentirosa dita contra Ciro Gomes, cujo passado só o credencia para ter um objetivo maior que é servir o Estado e seu País. O povo brasileiro sempre percebeu que as defesas de Ciro são encaminhadas somente para o povo que mais precisa", afirmou Mauro Filho. Rancor Também em defesa do novo partido, o líder do Governo, José Sarto (PROS), disse que Eliane Novais "fala pelo fígado e não pela boca". Ele chegou a chamar de "circense" a tentativa do PSB de chamar a ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, para disputar uma candidatura majoritária pela sigla. "Pelo amor de Deus, a deputada vai repetir esse discurso todos os dias? A deputada vem dizer que o PROS já nasce com corruptos? O que é isso?", indagou. Segundo ele, a tese defendida pela deputada está "eivada de raiva e rancor", visto que houve acordo pacífico entre o governador Cid Gomes e o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos quando da saída do grupo cidista da sigla. O deputado Sineval Roque (PROS) também discorreu sobre o ingresso de parlamentares ao PROS e disse que a legenda se prepara para ser grande, chegando, inclusive, a disputar uma eleição nacional.