O assunto foi tema de audiência pública realizada na tarde de ontem (26/09), no Complexo de Comissões Técnicas, por solicitação da deputada, que é vice-presidente da Comissão de Seguridade Social e Saúde da Assembleia Legislativa.
Na avaliação da parlamentar, o Ceará está em uma posição de destaque em relação a outros estados brasileiros. “São seis hospitais em Fortaleza que fazem transplantes. Esses hospitais têm as equipes muito preparadas, com todos os equipamentos, para realizar o maior número possível de transplantes”, garantiu a deputada.
De acordo com Mirian Sobreira, são profissionais capacitados e dois helicópteros à disposição para os casos mais urgentes. “Exatamente para que a gente não possa perder nenhum órgão e para que as pessoas em espera na fila, que são muitas, tenham o direito de fazer esse transplante”, acrescentou.
No entanto, apesar de todo o aparato pessoal e tecnológico, atualmente o Ceará conta com mais de 800 pessoas na fila à espera de um transplante, conforme dados de Mirian Sobreira. Segundo ela, um dos maiores entraves é a falta de conscientização da família. “É preciso que as pessoas sejam mais informadas, porque é muito difícil, num momento de dor tão grande, que as pessoas abram o seu coração para doar um órgão”, assinalou. Conforme a parlamentar, “para ser um doador, você só precisa dizer à sua família, não precisa ser por escrito”.
Em seu pronunciamento, Mirian Sobreira elogiou a campanha “Doe de Coração”, promovida pela Fundação Edson Queiroz, em setembro, desde 2003. A campanha busca sensibilizar a sociedade por meio de anúncios em veículos de comunicação, distribuição de cartilhas, cartazes e camisas; da mobilização em hospitais públicos e privados, clínicas, escolas, no Sistema Verdes Mares, na Universidade de Fortaleza (Unifor) e em outras entidades.
“Essa campanha tem ajudado muito. Mas é preciso mais envolvimento da sociedade, da população, dos órgãos, das instituições, para que as pessoas tomem conhecimento e saibam sobre a doação de órgãos”, enfatizou. A deputada sugeriu ainda a realização de uma campanha de doação nos meios de comunicação da Assembleia Legislativa.
Em aparte, o deputado Fernando Hugo (PSDB) cobrou “esclarecimentos mais objetivos”, por parte do Poder Público e instituições, para conscientizar sobre a doação de órgãos.
RW/AT