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Matos acha improvável aliança entre Tasso e Ciro - QR Code Friendly
Segunda, 27 Março 2017 06:02

Matos acha improvável aliança entre Tasso e Ciro

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Odeputado estadual Carlos Matos (PSDB) afirmou, em entrevista ao jornal O Estado, ser “zero possibilidade” a aliança entre o senador Tasso Jereissati (PSDB) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) na eleição de 2018, quando Ciro pretende disputar a presidência da República. Ao justificar, Matos disse que, ao longo do tempo, os dois políticos se diferenciaram e, por isso, só “um acidente político” para uni-los novamente. O parlamentar falou ainda sobre a realização de um seminário, hoje, que lançará um projeto piloto de combate ao mosquito Aedes Aegypti, “causador da febre amarela, zika, chikungunya, dengue e, agora, surge a mayara – uma nova arbovirose”. Além disso, o deputado comentou sobre a obras da transposição do Rio São Francisco e o papel da Assembleia Legislativa em ações que vão além do discurso.   [O ESTADO] Nesta segunda-feira, haverá um seminário da Assembleia Legislativa que chama atenção para um problema que não é novo: o aedes aegypti. Qual a ideia central deste seminário? [DEPUTADO CARLOS MATOS] Nós estamos a mais de um ano com índice de infestação grande nos municípios. Houve um fato que atrasou muito as ações de combate: às transições municipais. A gestão municipal é fundamental para o combate ao mosquito. De setembro para dezembro, houve um desarranjo com as transições municipais. É hora de chamar o feito à ordem. Houve um crescimento de 1000 % de chikungunya em Fortaleza. A grande maioria dos casos no País estão aqui, no Ceará. E precisamos combater o mosquito, porque ele já causa febre amarela, zika, chikungunya, dengue e, agora, surge a mayara – uma nova arbovirose. E tem potencial para até 100 arboviroses. Então, precisamos aprender a conviver de forma diferente. A duas teses: uma que se use uma técnica de controle do mosquito, onde o fumacê é muito utilizado. E a um outro enfoque que é da erradicação, que é o combate logo no início. O mosquito só tem sete dias de vida. Na estratégia inicial, não haveria infestação e não haveria doença.   [OE] Temos visto que Assembleia tem este potencial de agregar as gestões municipais, seja através do deputado ou outros mecanismos. Qual a importância da atuação das prefeituras neste momento, principalmente diante desta crise financeira, que deve ter dificultado os programas de saúde da família? [CM] É fundamental. E a Assembleia Legislativa é o espaço onde todas as forças políticas estão reunidas. Quando a Assembleia abraça um tema ou causa, ela unifica todas as forças políticas. Ao se criar uma Frente Parlamentar, como essa que presido, nós temos a condição de reunir as força em prol da causa, mas como servir de mediador. Nem sempre as prefeituras, que também tem tensão sobre o governo estadual ou federal, tem a sociedade que espera a solução do problema. Às vezes, quem assume uma comissão, atua como magistrado também. Não cabe a mim acusar falhas do governo, mas, as vezes, cabe a sociedade também assumir seu papel. Esta mediação é algo novo. Sempre se espera que um deputado faça leis ou de apoio a suas bases políticas, nunca se espera que ele seja um mediador o0u articulador. Tenho exercitado isso. Hoje, tenho presidido três frente: do Aedes Aegypti, do São Francisco e acabei sendo eleito para Recursos Hídricos.   [OE] A impressão que temos é que as frentes tem conseguido tirar os debates do discurso, dando efeito prático. Qual estratégia tem utilizado para implementar estas ideias? [CM] Muitas pessoas falavam que eu era do executivo, dos resultados. Fui secretário de estado por oito anos e não teria paciência para ficar na Assembleia, porque não viria os resultados. Mas, exatamente por ser homem de resultado tenho ido em busca deles. Quando vi a situação do Aedes Aegypti saindo do controle, aí procurei saber se havia solução. Quando descobrir que teria, eu me interessei em presidir esta comissão. Vi os exemplos de Pedra Branca, Cedro e Jaguaribe que resolveram por caminhos diferentes, mas resolveram o problema. É algo novo. Fui a Brasília como deputado estadual apenas e convenci o secretário de Vigilância e Saúde, do Ministério da Saúde, vir ao Ceará. Ele será um palestrante deste seminário. Mas, o mais importante será no dia seguinte, quando se dará as oficinas com técnicos do Governo do Estado, do Ministério da Saúde, dos Municípios, OAB e Unicef. Juntos, nós vamos mediar um projeto piloto para resolver o problema em dez municípios. Se resolvermos, conseguiremos solucionar no restante. Então, esta experiência é uma inovação, até para Assembleia. Conseguir convencer até o Governo, embora de oposição, de juntos encontrar uma solução do problema. Me sinto até mais feliz, de juntos encontrarmos uma solução do que fazer críticas duras e ser reconhecido pelas críticas.   [OE] Há muitos anos estamos acompanhando a história da transposição do Rio São Francisco. O senhor acredita na finalização da obra em 2017? [CM] Tenho dúvidas de que possa acontecer ainda em 2017. Mas, 2018 com certeza. 2017 tem muitos fatores que estão gerando dúvidas em todos nós. O próprio Ministério chegou a anunciar mudança na data, que não seria setembro de 2017, mas maio de 2018. Como houve uma operação política, então, o Ministério recuou. Estive no Ministério e os técnicos afirmaram que o cenário mais otimista é para novembro. Mas, sabemos que a burocracia poderá haver um atraso. O mais prudente é esperar para 2018. Não tem sentido gastar mais de R$ 10 milhões numa obra e não vir a funcionar. O problema é que não solucionará a crise hídrica. Estou hoje presidindo a Frente do São Francisco, mas acho que imediatamente a conclusão desta obra, precisamos tratar de três questões: primeiro vamos perder 50% da água, porque o canal não está pronto. Depois precisamos tratar da gestão desta água e não está definida ainda. E precisamos ter uma nova política de recursos hídricos. Vamos completar 30 anos de uma política, que impulsionou o Ceará, mas ficou atrasada. Não dá para conviver com 42% de desperdício em plena seca.   [OE] Isso é diretamente com a Cagece? [CM] Sim. A Cagece já chegou a ter 28% de desperdício apenas. Mas, foi piorando com o tempo. A empresa a muitos anos, não dava prejuízo, mas tem dado há dois anos seguidos. Então, existe um problema de gestão e falta de investimento. Nós, precisamos crescer em saneamento. Precisamos ter um novo cenário. O governo das mudanças deu um choque fantástico em várias áreas. Toda estrutura necessária para o Ceará se desenvolver foi feito. Depois precisávamos investir em gente. Antes, tínhamos 50% das crianças fora da sala de aula, agora o desafio é outro. Precisamos estar inseridos na economia mundial.   [OE] Este movimentos recentes, como a concessão do aeroporto de Fortaleza e a concessão do Porto do Pecém. O prefeito de Fortaleza vai à Alemanha para tentar o Hub. Estas ações contemplam as suas cobranças? [CM] Sim, mas não é suficiente porque estão indo por situações diferentes. Estão indo por colapso de caixa, porque o Estado perdeu a capacidade de investir. Se houvesse recursos, eles não fariam nada disso. Eles fariam com recursos públicos. A economia precisa da inserção internacional. Nós, precisamos apostar em jovens que possam ser inseridos na economia internacional. Ter o aeroporto é muito bom. Mas, o Estado está fazendo concessão do Acquario porque ele acreditou que seria o melhor para o Estado. Se não tivesse faltado recursos, não estaria falando em nada disso. E o conceito é diferente. Por exemplo: O Beach Park. Você fomentar um empreendimento, depois não depende nada do Estado. O Dragão do Mar maltratado. Mas, ele não é bem tratado como deveria ser. Talvez, por não ter sido cria dos atuais governantes. Esta descontinuidade governamental é um desafio para um Estado pobre como o nosso.   [OE] Agora, falando dos bastidores da política. Estamos vendo um movimento que vem acontecendo ainda sem saber o desfecho. Aliados dos ex-ministros Cid e Ciro Gomes se aproximando do senador Tasso Jereissati (PSDB). O que tem por traz dessa aproximação? Seria uma aliança para 2018? [CM] Pode ser. Mas, temos canais diferentes, porque o ponto de convergência nosso se dará no que é bom para o País. Nós, temos um candidato a presidência da República. Então, nós estamos recebendo aquele que querem apoiar nosso projeto. De certa forma, a uma rendição ao modelo de governar do PSDB. Vemos as evidências, pois deu errado aquilo planejado com visão própria. Nós vemos um grupo político no Ceará que fez uma aposta errada. Fez uma aposta no modelo de desenvolvimento equivocado. Fez uma aposta num grupo político que não respeitou valores na política, acabou endossando um grande desastre para o País. Então, houve uma redução na força política. Acho que pensavam que eram donos do País, como o grupo dos Ferreira Gomes gostam do poder, vendo toda aquela aprovação política, eles se aliaram com sua energia. Então, o país mudou. Nunca vi uma presidente com o nível de aprovação desperdiçar tanta força política. Não fez as reformas necessárias. O País tem hoje milhões de desempregados. Tudo isso veio a tona e, hoje, observamos a alteração da força política. Esse cortejo em prol do Tasso Jereissati, hoje com 30 anos de vida pública, é respeitado e coerente, foi oposição quando foi necessário e, agora, está em uma posição estratégica, presidindo a Comissão de Assuntos Econômicos.   [OE] O senhor enxerga o senador Tasso Jereissati apoiando uma possível candidatura de Ciro Gomes à presidência da República, mesmo contrariando o PSDB, como aconteceu antes? [CM] Zero possibilidade. Não vejo nenhuma razão. Ao longo do tempo, isso foi dito pelo Ciro e Tasso, eles foram se diferenciando. Aquilo que os uniu um dia, agora, os diferenciam. A visão do Ciro e Tasso de País é completamente diferente. Não vejo, a não ser que seja um acidente da política. Não vejo espaço para isso. Depois da abertura da economia, o Brasil viveu um processo de democrático riquíssimo, onde ficou evidente de que aquilo que se dizia oposição e credenciada, se descredenciou. No primeiro momento, até deu certo. O Lula abandonou a ideologia para manter a essência da economia. Depois já fez menos no segundo mandato. Quando a Dilma chegou mudou tudo.   [OE] Qual sua avaliação sobre Operação Lava Jato, onde delações citam políticos importantes? O Brasil vai conseguir sair da crise política? [CM] Vai depender da reforma política. Do jeito que está inviabiliza as pessoas participarem. A lógica política aceita qualquer pessoa de participar do processo. A questão do foro privilegiado é importante. Nós, sabemos que muitos criminosos querem se tornar deputados federais para ficarem imunes. Isso não faz sentido. É preciso ter uma ruptura com isso. Os partidos políticos estão mortos. Se não tiver uma reforma política que valorizem os partidos, tudo irá mudar. 40 partidos, com 23 para serem abertos. Acho que essa mudança não partirá do meio político, mas da sociedade. Tudo que está acontecendo no País foi por iniciativa da sociedade. Quem tem a pagar, que pague. Crítico o denuncismo, porque pode jogar na lama nome de pessoas públicas.   LAURA RAQUEL Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.  
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