Novo conselheiro
O deputado Roberto Cláudio, presidente da Assembleia Legislativa, tem um bom serviço prestado ao engrandecimento do Legislativo cearense, no curso do seu primeiro ano como presidente do Poder, ao ampliar e qualificar os espaços de trabalho de todos quanto realmente têm o interesse de bem exercer o mandato parlamentar, mas sua atuação na costura da indicação do nome do advogado Hélio Parente para o Tribunal de Contas dos Municípios, ontem, superou todas as outras.
Roberto Cláudio, ao buscar um nome que dignifica o Tribunal de Contas dos Municípios, pela sua honradez e os conhecimentos jurídicos e de administração pública que detém, capaz de contribuir com melhores práticas naquela Corte, somando-se a de outros que lá já estão, também eleva a Assembleia, quando passa a entender que a vaga dela nos Tribunais de Contas não é necessariamente para um dos deputados, como rotineiramente ocorria, sem qualquer preocupação com o currículo do indicado, interessado, tão somente, nos subsídios do cargo e a importância deste para continuar fazendo política.
Os tribunais, para exercer suas competências legais, respondendo ao que a sociedade espera deles, precisam tão somente de pessoas qualificadas e de espírito público. Os detentores de mandatos, com honrosas exceções, devem ficar onde estão. A nobre missão de fiscalizar a aplicação dos recursos públicos, julgar os malfeitores e contribuir com o seu trabalho para permitir que o povo tenha serviços de qualidade não se coaduna com a de fazer a política do toma lá dá cá.
É possível que a decisão de ontem tenha deixado uns poucos deputados embravecidos, embora que só intimamente, mas foi muito boa para todos.
Apresentação
O deputado Welington Landim foi quem apresentou o currículo do advogado Hélio Parente, ao ler a indicação do seu nome subscrita por 41 deputados, todos com quem o deputado Roberto Cláudio havia falado da noite de quarta-feira até a manhã de ontem. Antes, Landim, em pronunciamento emocionado, agradecendo a solidariedade dos colegas, justificou as razões que o levaram a declinar de trocar o Legislativo pelo Tribunal de Contas. Foi aplaudido. Ele, como ontem aqui já nos referimos, teve um gesto nobre ao reconhecer que tem compromissos políticos a cumprir e lá não é lugar de se fazer política, além de sua intima ligação com o Legislativo.
Ao apresentar o nome de Hélio Parente, em nome dos demais deputados, Welington reforçou para os colegas que queriam ser conselheiros, no caso Moésio Loiola, José Sarto e Osmar Baquit, estar abdicando da vitaliciedade em pleno entendimento com o presidente da Casa, responsável pela escolha do advogado, um servidor dos quadros da Assembleia, fortalecendo a ideia de que o Poder não abriu mão da vaga, embora alguns sussurros na Casa fossem de o nome dele ter sido apontado pelo ex-ministro Ciro Gomes com que Hélio tem uma maior aproximação na família do governador.
Esclarecer
O deputado Heitor Férrer, ontem, constantemente era instado a falar sobre o convite que recebeu, na última quarta-feira, para ser conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios. A notícia de que ele havia sido procurado pelos deputados Roberto Cláudio e Welington Landim, aqui dada, causou espécie para muitos que militam na política cearense.
Sem jeito
Heitor parecia sem jeito para relatar o que realmente ocorreu. Reafirmava ter sido surpreendido com o convite, mas repetia sempre estar tranquilo com a decisão tomada de não aceitar trocar o mandato pela vaga de conselheiro. Mas o que mais preponderou para sua decisão foi a preocupação de, em aceitando, as pessoas interpretarem o fato como uma negociata.