Praticamente todos os candidatos à disputa majoritária de 2016 em Fortaleza têm um histórico político de anos e conhecem a situação da cidade, seja porque são ou foram parlamentares ou devido ao trabalho que tiveram no Poder Executivo, como é o caso de Luizianne Lins (PT) e Roberto Cláudio (PDT). Ao Diário do Nordeste, os postulantes disseram que, por conta da qualidade dos nomes colocados para a disputa, os embates eleitorais deste ano devem focar nas proposituras a serem apresentadas; assim, com menor intensidade de ataques durante o pleito.   Dos oito postulantes à Prefeitura da Capital, somente Francisco Gonzaga (PSTU) não teve mandato eletivo. Capitão Wagner (PR), por exemplo, ficou conhecido em 2011, quando assumiu como suplente da deputada estadual Fernanda Pessoa (PR) uma vaga na Assembleia Legislativa. Eleito vereador em 2012, passou dois anos na Câmara Municipal e desde 2014 é deputado estadual titular.   Para ele, o único embate mais incisivo que deve ter a disputa deste ano ficará em torno das candidaturas de Luizianne Lins e Roberto Cláudio, uma vez que um tende a comparar a própria gestão com a do outro. "Os embates comparativos sobre a atual gestão e a gestão passada vão polarizar o discurso. Mas nossa ideia é fazer um debate propositivo, destacando o problema da cidade de forma simples, e partir para a proposição", disse.   Conforme informou, a maior parte de sua participação no rádio e na televisão deve destacar propostas para os problemas da cidade, e não focar em ataques.   Roberto Cláudio, que tentará reeleição, já foi deputado estadual por dois mandatos e presidiu a Assembleia Legislativa. Segundo ele, os debates nas eleições devem priorizar a troca de ideias e a comparação de experiências. O gestor confirma que haverá discussão sobre o que foi feito na atual administração e nas anteriores. "Pretendemos fazer um debate limpo, respeitoso, que possa dar alternativa para a população, mostrar experiências distintas, para que o eleitor possa, democraticamente, fazer sua escolha", declarou.   O atual prefeito destacou que não pretende debater contra ninguém, mas sim com a cidade, mostrando o que foi feito nos últimos quatro anos e precisa ser preservado, além de apresentar novas ideias para um eventual segundo mandato. "Não basta só melhorar o que está já foi feito, mas criar coisas novas para a cidade que se modificou".   Luizianne Lins, que tenta retornar ao cargo de prefeita de Fortaleza, já foi vereadora, deputada estadual e hoje é deputada federal. De acordo com o presidente do PT na Capital e candidato a vice de Lins, Elmano de Freitas, cada candidato tem uma estratégia de trabalho, mas a petista, segundo disse, vai mostrar o que foi feito em diversas áreas da cidade, além de apontar o que está demandando soluções.   "O povo espera que nós possamos dizer o que queremos dessa vez, já que governamos a cidade. Temos que estar preocupados com a nossa militância, com os ideais do partido, e com o que o eleitor espera de quem já governou a cidade durante oito anos. Ele quer saber o que podemos melhorar", afirmou Elmano.   Heitor Férrer (PSB) já foi vereador e está no quarto mandato de deputado estadual. Para ele, todos os postulantes à Prefeitura são qualificados para a disputa e conhecidos da população. O pessebista considera que o eleitor tem opções para a disputa e espera que os candidatos apresentem soluções para as demandas da população. "Quando as coisas começarem a afunilar, os que estão na cabeça vão procurar mostrar situação em que o opositor seja desmerecido. Mas eu, particularmente, não farei isso".   Expectativa boa   Tin Gomes (PHS), que já foi vereador, presidente da Câmara Municipal e vice-prefeito de Fortaleza, hoje é vice-presidente do Poder Legislativo. O parlamentar avaliou como "muito bom" o nível dos oito candidatos apresentados até aqui, e destacou que, apesar de terem ideias diferentes, todos demonstram preocupação com Fortaleza. "No entanto, não podemos deixar que alguns, na ânsia de chegar ao poder, transformem as eleições em disputa inconveniente".   Já Ronaldo Martins (PRB) acredita no nivelamento dos debates pela experiência dos candidatos em cargos anteriores. Para ele, que já foi vereador, deputado estadual e, atualmente, é deputado federal, o fato de muitos terem tido mandatos eletivos vai refletir positivamente nas eleições. "Creio que o nível será muito bom. A única questão será observar o quanto se dará de importância para a polarização de interesse de grupos políticos que vêm se digladiando desde a última eleição", ponderou.