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Abertura de poço começa no Morro Santa Terezinha - QR Code Friendly
Sexta, 24 Junho 2016 04:07

Abertura de poço começa no Morro Santa Terezinha

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As ações destinadas à perfuração do primeiro poço, do total de cinco previstos para o local, tiveram início por volta das 16h, na sede da Cagece no Morro de Santa Terezinha As ações destinadas à perfuração do primeiro poço, do total de cinco previstos para o local, tiveram início por volta das 16h, na sede da Cagece no Morro de Santa Terezinha ( FOTO: FERNANDA SIEBRA )
A perfuração de poços em Fortaleza e na Região Metropolitana (RMF) - medida executada pelo Governo Estadual para tentar amenizar os efeitos do possível racionamento de água previsto para ocorrer a partir de agosto - foi iniciada ontem. A ação começou à tarde no terreno do Centro de Controle Operacional da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), no Morro de Santa Terezinha, no bairro Vicente Pinzón. Na Capital e na RMF, a Cagece já mapeou 48 áreas passíveis de perfuração.   Na sede da Cagece no Morro de Santa Terezinha, as ações para abertura do primeiro poço, do total de cinco previstos para o local, tiveram início por volta das 16h. Três trabalhadores e uma máquina perfuradora executaram a obra, que deve se estender por três dias, em cada escavação. "Esse tempo é devido à característica da perfuração que é em rocha sedimentar. Típico de Fortaleza e das regiões de dunas. O poço tem que ser revestido por conta do risco de desmoronamento, enquanto que no poço de rocha cristalina a perfuração é muito rápida. Com um equipamento, a gente consegue perfurar dois poços por dia", explica o proprietário da empresa privada contratada pela Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra) para a escavação dos poços, Valdoir Portela.   De acordo com Valdoir, sua empresa já executa ações do tipo para o Governo no Interior, e na noite de quarta-feira (22), recebeu a informação que as perfurações na Capital teriam início ontem. O Diário Oficial do Estado do dia 20 deste mês traz um Termo Aditivo que prorroga a vigência do contrato entre essa empresa e o Governo para as perfurações por mais 120 dias, que serão contados a partir do dia 31 de julho deste ano.   Estudo   A existência do estudo para a perfuração de poços na Capital e na RMF havia sido comunicada pelo presidente da Cagece, Neurisângelo Freitas, na quarta-feira (22), em visita à Assembleia Legislativa. Na ocasião, ele explicou que a Companhia estuda a perfuração de 48 poços, em regiões como o Morro de Santa Terezinha, Pici e próximo à Lagoa do Opaia, em Fortaleza, e no Nova Metrópole, em Caucaia.   Neurisângelo explicou, durante a visita, que a Cagece ainda irá avaliar se a água retirada destes poços passará por um pré-tratamento para injeção do líquido na rede para atender de forma difusa na cidade como um todo ou seria utilizada para atender a região específica de onde está sendo retirada.   Ontem, a equipe do Diário do Nordeste adentrou o terreno da Cagece e acompanhou o início da montagem do equipamento para a perfuração. Mas nenhum funcionário da Companhia foi autorizado a conceder entrevista. Em contato com a assessoria do órgão, a Cagece informou apenas que "atua no sentido de mapear pontos potenciais para perfuração de poços e o mapa será enviado ao Governo".   No entorno do terreno, no Morro Santa Terezinha, os moradores sofrem com a baixa pressão. Os que não possuem caixa d'água em casa contam que têm o abastecimento interrompido por volta das 18h. "Ou a gente enche baldes ou fica sem nada. Com essa história de racionamento, vou ter que comprar uma caixa d'água", afirma o porteiro Manoel Luiz, morador da área. "Eu antes morava na Comunidade Jangadeiro e tinha bomba em casa. Mudei para cá e me arrependi", queixa-se outro morador, o vigia José Ribeiro.   Qualidade   A água que deverá ser retirada do Morro passará por análise voltada a medir a sua qualidade. Somente se o resultado for positivo é que as demais perfurações na área serão executadas. O pesquisador do Laboratório de Hidrogeologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Rafael Mota de Oliveira, avalia de forma positiva a perfuração dos poços, mas destaca que é necessário um estudo técnico, físico e químico de cada terreno a ser escavado.   O profissional alerta que as águas subterrâneas podem ser utilizadas como uma medida complementar, mas nunca como a saída principal. "Primeiro, têm que ser avaliados aspectos quantitativos para suprir a demanda. Os poços têm um certo limite de abastecimento, mas com bastante potencial para suprir uma certa população sem que haja um impacto negativo".   O Diário do Nordeste questionou o Governo sobre o valor investido nas escavações, a assessoria da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) explicou que "ainda não há como mensurar, pois os valores pagos, por exemplo, para o revestimento dos poços dependerá do êxito em cada perfuração". Isto ainda não foi mensurado, segundo a SRH.   SAIBA MAIS   Tipos de perfurações em Rochas Sedimentares   Poços onde a captação de água é feita através da parte sedimentar do solo que é composta por camadas de grãos como argila e areia. Esses poços exigem revestimentos, filtros e pré-filtros. São tipos de perfurações predominantes em Fortaleza e na Região Metropolitana. Podem atingir mais de 1.000 metros de profundidade   Em Rochas Cristalinas   Poços onde a captação de água é feita através de fraturas existentes nas rochas do subsolo, como o granito. Esse tipo de perfuração dispensa revestimento e é característico do Interior do Ceará. A profundidade média de poços desse tipo chega a 60 metros
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