Luiz Pontes, presidente do PSDB, fala para correligionários, dentre eles Tasso Jereissati acompanhado da mulher Renata Queiroz Jereissati
FOTO: FERNANDA SIEBRA
O retorno de Tasso Jereissati ao Senado motivou o PSDB a retomar um trabalho de resgate da força que o partido tinha no Ceará. Na última sexta-feira, durante ato que assegurou a adesão de aproximadamente 100 novos filiados, chegando a 542 recém-ingressos após a eleição, o senador eleito destacou durante discurso a necessidade de a agremiação buscar se transformar no que já foi no passado.
"Nós damos um passo importante que foi começado nessas eleições num processo de renovação fundamental. O PSDB ficou muito pequeno em número de deputados. Na Assembleia até com nenhum deputado, mas muito vivo no coração e nas mentes das pessoas como uma referência. De repente, nessas eleições, nós vimos renascer ou vir à tona a percepção de que a moral e a ética eram fundamentais na vida de uma sociedade", pontuou o senador eleito.
Para Tasso Jereissati, cada membro do PSDB precisa fazer um trabalho de "evangelização" para atrair novos filiados comprometidos com o desejo de resgatar a força do partido no Ceará. "Esse é mais um passo numa caminhada em que cada um se transforma em evangelistas atrás de novos filiados para transformarmos o PSDB no Ceará ao que já foi no passado. O PSDB, quando se fez, foi a grande referência de homens de bem do Brasil, que fez a primeira administração técnica, abandonando o clientelismo e a politicagem".
Cooperação
O tucano defendeu que principalmente os homens de bem não podem se acomodar, limitando-se a críticas ao atual cenário político sem participar. "Não adianta reclamar dos partidos e dos políticos, porque reclamar é muito confortável. Cada um tem que fazer a sua parte, cooperar e ser solidário para que haja uma solidariedade e uma cooperação de volta. Se as pessoas de bem de um país não participam, realmente esse espaço vai sobrar para essa gente que está aí, mentindo, roubando", frisou.
O senador eleitor alegou que o PSDB precisa estar de braços abertos para receber membros com novas ideias e não se limitar aos conceitos já consolidados entre os que compõem a legenda.
"Não precisa necessariamente abrigar as nossas ideias de hoje. Precisa vir para a vida pública e encontrar no PSDB um partido de braços abertos a acolher as novas ideias e transformar essas novas ideias numa proposta para que a população possa acreditar, possa ter esperança de ter um futuro melhor", pontuou.
Tasso salientou que o PSDB precisa fazer a sociedade, em cada estado do Nordeste, onde a presidente Dilma Rousseff assegurou vitória diante de Aécio Neves, compreender que não interessa à atual gestão do Governo Federal combater a pobreza, já que é ela quem tem garantido a perpetuação do PT no poder.
"Essa população não está votando no PT, está votando no Governo, que é quem dá a ela tudo. Isso não é novidade, mas evoluiu. A base da Arena era nos municípios mais pobres. É nisso que está a grande perversidade e precisamos fazer com que a população entenda isso. A perversidade é que o poder atual entende isso e faz da pobreza instrumento de poder, porque só perpetuando a pobreza é que se mantém no poder", completou.
Partido de aluguel
Já o presidente do PSDB, Luiz Pontes, destacou que o retorno de Tasso Jereissati atraiu interesses de muitas lideranças, mas defendeu que a agremiação precisa ter cuidado para não se transformar em partido de aluguel, como ocorreu no passado.
"Muitas pessoas já ligaram para o Tasso querendo entrar no partido e eu digo que não mais assim. Para o entrar no partido, nós precisamos conversar. Não adianta ter 100 prefeitos, mas que não têm o sentimento que temos. Nós preferimos lançar uma candidato que tenha as nossa ideias do que ter uma pessoa dentro do partido que ganha a eleição e amanhã vai embora do partido", explicou o dirigente.