A seca foi novamente tema de discussão na Assembleia Legislativa. Ontem, parlamentares foram à tribuna e sugeriram medidas prioritárias aos governos estadual e federal como forma de minimizar os efeitos da estiagem.
O deputado Wellington Landim (PSB) ressaltou que o atraso na transposição agrava os efeitos da seca, e disse temer que, em razão do processo eleitoral de 2014, os projetos não tenham continuidade. O deputado garantiu que irá marcar uma audiência pública com o ministro da Integração, Fernando Bezerra, para que a concretização da transposição seja posta como prioridade, haja vista que, no Ceará, a obra está com 50% concluída. Neste sentido, o parlamentar socialista conclamou que a bancada nordestina na Câmara Federal faça pressão política junto ao governo federal para que a obra ganhe agilidade.
Landim também disse que, em Pernambuco, a obra já está com 85% executada, e ressaltou ser possível que, em 2014, a presidente inaugure o trecho. “Infelizmente, a obra foi atrasando. Só no lote cinco, que é na cidade de Jati, passei três anos tentando que saísse o processo de licitação e o edital foi lançado cinco vezes.
O Tribunal de Contas da União condenava os sobrepreços e, em seguida, as empresas entravam com recursos. No lote seis, em Mauriti, a empresa Delta abandonou a obra. Em Penaforte, a obra também está há mais de um ano abandonada”, criticou. Ainda de acordo com Landim, a burocracia emperra o andamento dos projetos, fazendo com que os recursos não cheguem. “Em um momento difícil como este, a burocracia está emperrando os projetos que seriam lançados”.
MáquinasPara o deputado Osmar Baquit (PSD), o governo deveria comprar máquinas de perfuração de poços, em parceria com o BNDES, e realizar um mutirão nas localidades mais afeadas com a seca. “Ao invés de comprar trator, eu defendo um mutirão. Leva-se as máquinas e cavam-se uns 200 poços. Resolve e ameniza em 70% a 80% da questão da falta d´água. Isso não é difícil, e nem é coisa do outro mundo, basta que as pessoas entendam que isso é uma boa ação”, ajuizou.
Segundo ele, nos últimos dias, teve a oportunidade de passar em diversos municípios e atestar o sofrimento do sertão com a falta d’água e dos racionamentos. “A seca em nosso Estado e no nordeste é algo anunciado há muito tempo, temos que sair do discurso e ir para prática com ações efetivas e objetivas”, disse, salientando que alguns municípios estão apenas com 10% a 15% das suas reservas, e os que obtêm mais reservas, devem estar com 20% a 25%.
O parlamentar ressalvou, ainda, que vai chegar ao ponto em que haverá o carro-pipa, dinheiro, mas não existirá onde buscar água. “Não adianta a presidente dizer que vai comprar milho, porque não resolve o problema. Porque esta é a nossa realidade, vamos conviver eternamente com esse problema, nós não podemos achar que combater à seca é na época que ocorre, políticas públicas têm de ser todo dia, mesmo na quadra invernosa”, salientou.