Política, História e Memória

Política, História e Memória são as áreas de conhecimento que dirigem e orientam as demandas e atividades do MALCE. Elas estão relacionadas à produção da pesquisa científica, às exposições museológicas e às práticas educativas. As três áreas se intercruzam permanentemente, no entanto conservam-se independentes com o propósito de manter, na operacionalização, o rigor teórico-metodológico que rege as produções do MALCE.

Política

Quando falamos de Política, trabalhamos com a noção de cultura política, que em suas formas e expressões mutáveis historicamente, nos propõe a análise das relações entre valores, significados, gestos, ritos e normas do comportamento dos indivíduos em determinado momento histórico. Trabalhamos também a maneira como os diversos atores, seja no império ou na república, se relacionam e/ou incorporam o sistema político em voga ou as relações e disputas entre sistemas diferentes. Analisamos, ainda, as relações dos atores entre si e com as instituições políticas vigentes, aceitando-as ou opondo-se a elas.

Definir e separar História e Memória é uma necessidade conceitual, mas que não se faz sem tensões e reclames por parte dos sujeitos que representam uma ou outra.

História

A História é um conhecimento que problematiza o passado e admite a insuficiência de sua reconstrução. É uma representação narrativa do passado tecida com as escolhas do presente, fundada em análises e críticas textuais. Entendemos que a História é um saber que oscila entre a arte da narração, o uso de conceitos e o rigor das provas.

Memória

A Memória como material que alimenta e se tenciona com a História, ao mesmo tempo em que a interpreta, quer se salvaguardar em tentativas mais ou menos conscientes de definir e reforçar identidades, sentimentos de pertença e fronteiras sociais entre coletividades de tamanhos diferentes: partidos, sindicatos, igrejas, aldeias, regiões, clãs, famílias, nações etc. (Pollak, 1989).
Não obstante as demandas por Memória numa Casa Legislativa, nossa missão é aceitar a "demanda da memória como condição de transformá-la em história". (Prost, 2008).

O "Memorial Deputado Pontes Neto" foi criado pela Portaria nº 45/97, de 21 de março de 1997, durante a presidência do Deputado Luiz Pontes na Assembleia Legislativa do Ceará. À época foi assim denominado para homenagear um dos mais destacados parlamentares cearenses, tanto no exercício de suas funções políticas, quanto profissionais e humanitárias.

A inauguração oficial do Memorial, embora não houvesse ainda um espaço físico destinado ao seu funcionamento, deu-se também em 1997, com a exposição "O Ceará em Tempo de Redemocratização: os Constituintes de 1947". Juntamente com a mostra foi lançado o livro "Cinquentenário da Carta Magna Estadual 1947-1997". Devido a um Convênio firmado entre a Assembleia Legislativa e a Secretaria de Cultura do Ceará, no ano seguinte a exposição foi levada, em caráter de longa duração, para o Arquivo Público do Estado. Lá permaneceu durante oito anos.

Em 2007, por iniciativa do então Presidente Marcos Cals, o Memorial conquistou o primeiro espaço físico especificamente destinado à sua instalação. A inauguração da sala nas dependências da Casa do Povo foi em 30 de janeiro do mesmo ano.

Após treze anos da publicação da Portaria que o criou, o Memorial se estabelece definitivamente dentro do Parlamento Cearense. A conquista deve-se à percepção acurada do Presidente da Assembleia Legislativa do Ceará no biênio 2009-2010, Deputado Domingos Filho, que entendeu ter chegado o momento de qualificar o Memorial para atender às demandas da sociedade. As instalações receberam equipamentos de última geração, e o corpo técnico, capacitação profissional.

Dando continuidade às mudanças, em 2010 o Memorial adotou a sigla MALCE e reorganizou a sua equipe, assumindo novos compromissos e desafios nos quais vem trabalhando a fim de cumprir os propósitos para os quais se destina.