Você está aqui: Início Últimas Notícias Sons dos Festivais homenageia centenário da Semana de Arte Moderna
O Sons dos Festivais mostra, entre composições de festivais e trilhas sonoras, “Rosa Amarela”,“Bachianas Brasileiras nº 5”, “O Trenzinho do Caipira”, “A Lenda do Caboclo”, “O Polichinelo”, “O Imprevisto” e “Choros nº 1”, todas da autoria de Villa-Lobos, o maior expoente da música do Modernismo no Brasil.
O programa também destaca, entre outras obras, “Albertina”, criação de Irineu de Almeida; “Pastorinhas”, de Noel Rosa e João de Barro; “Bonde Errado”, de Lamartine Babo; “Sabiá”, de Tom Jobim e Chico Buarque; “Domingo no Parque”, de autoria de Gilberto Gil; “São Paulo, Meu Amor”, de Tom Zé; “O Sonho”, criação de Egberto Gismonti; “Dois Mil e Um”, autoria de Rita Lee e Tom Zé; “Fósforo”, de Lorena Nunes e Daniel Medina; “O Caminho”, de Antônio Marcos de Freitas, e “Círculo Fechado”, de autoria de Álcio Barroso.
Essa edição do programa apresenta ainda informações sobre a realização de novos festivais de música pelo País.
SEMANA DE ARTE MODERNA
A Semana de Arte Moderna – ou festival, como a denominavam os modernistas – aconteceu entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de São Paulo. O movimento, de espírito irreverente e desafiador nas artes plásticas, na literatura e na música, mostrou o descontentamento dos jovens artistas com a estética da época. A Semana assinala, assim, o início do Modernismo no Brasil.
Os sons populares e os gêneros musicais nacionais passaram a ser incluídos de forma mais explícita no cancioneiro do nosso País. A apresentação de Heitor Villa-Lobos na Semana de Arte Moderna ajudou a mudar o cenário de então.
A geração literária do Modernismo de 1922 é contemporânea da geração de Noel Rosa, Pixinguinha, Lamartine Babo, Ismael Silva, Braguinha, Orestes Barbosa e tantos outros. E a grande contribuição moderna para nossa música foi uma musicalidade ligada aos valores do território nacional, seja no âmbito rural, seja no âmbito urbano.
A Semana de Arte Moderna e, principalmente, o Modernismo de 1922 a 1930 influenciaram movimentos culturais posteriores.
Para o pesquisador Frederico Oliveira Coelho, o que ocorreu com a música brasileira nos anos após a Semana foi, em paralelo às outras artes, uma renovação de certas ideias relativas à incorporação de elementos ligados à cultura folclórica, além do diálogo da música erudita de matriz europeia com a música popular feita nos centros urbanos, como o choro e o samba, uma música em que a fronteira entre o erudito e o popular foi sendo cada vez mais espontânea até chegarmos a uma música popular brasileira com nomes como Tom Jobim ou Egberto Gismonti. A Bossa Nova e o Tropicalismo nutriram-se dos princípios de inovação e criatividade lançados pela Semana de Arte Moderna e o Modernismo.
Com produção de Nazicélia Costa e apresentação de Haroldo Holanda, o Sons dos Festivais vai ao ar às quartas-feiras, às 20h.
BD/CG