Você está aqui: Início Últimas Notícias AL homenageia 20 anos da Atrac e Thina Rodrigues em solenidade
Para Roseno, é uma "honra'' realizar essa homenagem à Atrac, “que há 20 anos ousou reunir pessoas travestis e transexuais e trazer suas demandas à sociedade cearense”. Para ele, o Brasil é um país autoritário, não apenas no tocante aos poderes centrais, mas também do ponto de vista das relações desiguais que são desenvolvidas, em que raça, gênero, identidade, localização regional e outros fatores configuram marcadores de opressão.
Durante a solenidade, foram homenageadas com placas comemorativas a presidente da Atrac, Andrea Rossati; a vice-presidente, Paula Lopes Costa, e a coordenadora geral da entidade, a cantora Yara Canta.
A presidente da Atrac, Andrea Rossati, lembrou que a criação da entidade foi um ato de “extraordinária coragem”. Para ela, ao passo em que há motivos para comemorar a celebração desses 20 anos de associação, “há muito sentimento de tristeza pelos ataques realizados à vida humana e as incitações ao ódio e ao desamor que são realizados no Parlamento estadual cearense e municipal de Fortaleza, pelos seus setores mais conservadores''.
Ela ressaltou que o diálogo com outros setores da sociedade só será possível a partir de uma didática e uma pedagogia freireana, em referência ao educador Paulo Freire. “Precisamos passar a mensagem de que não há nada de errado conosco e nem queremos destruir a família, como os mais intolerantes afirmam. Queremos, antes, a liberdade de existir e viver em paz e construir um espaço de diálogo e para a democracia dentro das famílias. Quem destrói a família é o fascismo e a intolerância”, apontou.
A secretária-executiva de Proteção Social, Cidadania, Justiça, Mulheres e Direitos Humanos, Lia Gomes, também comemorou algumas vitórias que o segmento conquistou, principalmente a implantação do Centro de Referência Thina Rodrigues. “Esse centro foi um filho que geramos nesses dois últimos anos. Temos mais planos, como a implantação de um centro de acolhimento de mulheres transexuais e travestis, no qual, espero, começaremos a trabalhar no próximo ano”, disse.
Outras políticas já em andamento, conforme a secretária, são a associação feita entre a secretaria e o Sine/IDT visando à contratação de pessoas LGBT+ por empresas, além de conteúdos educativos específicos para a formação de policiais civis, militares, bombeiros e para os agentes dos sistemas penitenciário e socioeducativo. “Há muita tristeza no fato de sermos o País que mais mata população LGBT+, mas gosto de ficar feliz com esses pequenos avanços, para não desanimarmos”, disse.
Também participaram da solenidade representantes da Defensoria Pública do Estado e a covereadora de Fortaleza Lila Salu, do Mandato Coletivo Nossa Cara.
PE/LF