Você está aqui: Início Últimas Notícias AL celebra centenário de Paulo Freire em sessão solene nesta sexta-feira
O parlamentar ressalta que Paulo Freire revolucionou a pedagogia brasileira ao refletir sobre a “construção de uma escola democrática” e uma nova abordagem na relação entre educador e educando, que colocava como base do aprendizado a “troca horizontal de saberes e experiências”.
Citando o professor titular da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e diretor do Instituto Paulo Freire, Moacir Gadotti, o legado do educador transborda as fronteiras educacionais e tem ramificações em vários outros campos do conhecimento, com contribuições nas artes, ciências e até na engenharia. Por isso, complementa, formar juízo de valor sobre a obra de Paulo Freire somente pela educação é quase que impossível, devido à expansão de seu pensamento e de suas realizações enquanto educador, professor, sociólogo e filósofo.
Diego Barreto pontua que, apesar de toda a contribuição dada à educação brasileira, alguns segmentos criticam Freire, e que isso não é algo novo, tampouco recente.“Tem início, já nos fins dos anos 50 e começo da década de 60, momento em que o educador idealiza a educação popular e as primeiras iniciativas de conscientização política do povo, em nome da emancipação social, cultural e política das classes sociais excluídas e oprimidas. Sua metodologia dialógica foi considerada perigosamente subversiva pelo regime militar, o que rendeu a Freire o exílio”, lembrou Diego Barreto.
Ainda sobre a obra de Paulo Freire, o parlamentar cita o professor titular da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e diretor do Instituto Paulo Freire, Moacir Gadotti, ao afirmar que um dos pontos mais radicais e politicamente avançados do pensamento de Freire foi a valorização da cultura, das memórias, dos valores, saberes, racionalidade e matizes culturais e intelectuais do povo, contrapondo-se à lógica de que era necessária a inferiorização de uns para garantir a dominação de outros.
Para o professor Gadotti, "a educação, a formação e até a alfabetização inicial precisa passar pela cultura, pelo reconhecimento do sujeito que conhece, que faz sua leitura do mundo. E é por ser cultural que a educação é política, não no sentido partidário, mas de decidir a vida na pólis (cidade), discutir a vida, o mundo que queremos’”.
GS/CG