Você está aqui: Início Últimas Notícias Assembleia encerra campanha Agosto Dourado com debate sobre aleitamento materno
O debate foi solicitado pelo ex-secretário estadual da Saúde Dr. Cabeto, em alusão à campanha Agosto Dourado, mês dedicado ao incentivo ao aleitamento materno e à Semana Mundial do Aleitamento Materno 2021.
O presidente da Comissão, deputado Guilherme Landim (PDT), pediu que as empresas e as administrações municipais se envolvam mais nessa questão, pois “o aleitamento materno é a forma mais eficaz de trazer saúde para nossos filhos. É o alimento mais completo que existe para esse período”.
O parlamentar ouviu experiências relatadas pelas profissionais de saúde e se comprometeu a levar aos órgãos responsáveis as demandas, como a aquisição de aparelhos celulares para facilitar a comunicação com as doadoras de leite, e informou que deverá apresentar um projeto de indicação sobre o tema.
A assessora técnica do Núcleo de Saúde da Mulher, Adolescente e Criança (Nusmac/ Sesa), Marley Carvalho, explicou sobre o trabalho realizado no Estado para promover o aleitamento materno. Ela também destacou os desafios e a necessidade de aumentar o percentual de crianças que recebem leite materno. Entre os dados que preocupam, a assessora técnica ressaltou que, em 2020, apenas 41% de bebês foram amamentados no Estado, contra 50% no ano anterior. “O impacto da pandemia no direito das mulheres causou retrocessos que repercutiram no aleitamento materno”, completou.
Marley Carvalho cobrou mais participação das empresas na luta para melhorar esses índices e citou leis que garantem proteção aos direitos das mães a amamentar. Ela lembrou que é fundamental o envolvimento de toda a sociedade e que é necessário o apoio multissetorial, além de políticas e práticas baseadas na ciência.
Entre as medidas que podem colaborar para melhorar os números, ela citou o incentivo à amamentação durante o pré-natal, a internação e logo após o parto, especialmente na primeira hora de vida, além do apoio de familiares e empregadores. “O aleitamento tem um grande impacto na saúde, fortalece vínculo, proteção, reduz a mortalidade infantil e só vai reforçar os direitos”, pontuou.
A coordenadora do Banco de Leite do Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), Rejane de Brito Santana, explicou que, durante a pandemia, houve grande solicitação de leite, porque algumas mães não puderam ir pessoalmente amamentar, para evitar riscos de contaminação.
Ela pediu mais divulgação de informações sobre a doação de leite materno, pois muitas mães têm leite em excesso, mas não doam por falta de informação. A coordenadora também afirmou que é necessário aumentar o número de postos de coleta e questionou por que os postos de saúde não são usados para esse fim, já que possuem estrutura adequada.
A audiência púbica teve ainda a participação de profissionais da saúde levando suas experiências, como a coordenadora do Banco de Leite Humano do HGF, Lúcia Virgínia, que relatou a necessidade de aquisição de celulares para entrar em contato com as doadoras de leite materno; a pediatra Diva de Lourdes, que ressaltou que o marketing da indústria alimentícia pode ser danoso quando estimula o uso de alimentação artificial e leva informações de forma não ética para desestimular o aleitamento materno, e a servidora da Sesa Valéria Mendonça, que relatou que houve grande repercussão da campanha Agosto Dourado e parabenizou os profissionais envolvidos.
JM/CG