A primeira-dama da Assembleia Legislativa, Cristiane Leitão, idealizadora do webinar, disse, na abertura do evento, que a cultura de paz é uma construção de rede, por meio de formação e informação, com os poderes dando as mãos para o diálogo, a conciliação, que são instrumentos tão importantes para a nossa sociedade nos dias atuais.
"A cultura de paz precisa ser colocada na infância, para que as crianças sejam adultos que respeitem a mulher, respeitem o idoso, respeitem o outro. Na hora que a gente leva essa informação e essa formação da cultura de paz, a gente vai ter uma sociedade mais humana, mais justa, formando verdadeiros cidadãos", pontuou.
Cristiane Leitão também destacou a importância da inauguração dos Núcleos de Mediação e Gestão de Conflitos e do Núcleo Sistêmico Restaurativo, que acontecerá nesta quarta-feira (21/07). "A nossa sociedade está muito sofrida, bastante adoecida. Temos que levar o bem-estar para as pessoas e mudar essa dor que a gente traz com a pandemia. É o mínimo quer a gente pode fazer para mudar a sociedade", afirmou.
A gestora de Coordenação de Justiça Restaurativa e Mediação da Vice-Governadoria, Cristiane Holanda, que representou a vice-governadora Izolda Cela, e a secretária da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS) do Estado, Socorro França, agradeceu a parceria com a Assembleia Legislativa na promoção de ações por uma cultura de paz. Lembrou que o dia 22 de julho é o Dia da Paz e da Conciliação e que tudo começou no estado do Amazonas há 11 anos e hoje já é uma realidade em oito estados brasileiros.
No Ceará, no ano passado, foi criada a plataforma on-line Círculos em Movimento (CEM), um projeto em que professores, por meio da internet, têm acesso a cursos, conteúdos didáticos, vídeos, infográficos, além da troca de experiências para fomentar a construção de uma cultura de paz no ambiente escolar e familiar. "Nesse primeiro semestre, já foram realizados 16 cursos, com a participação de 1.000 professores", informou.
Para construir a paz, acrescentou Cristiane Holanda, a gente tem que se pacificar, tem que trabalhar o autodesenvolvimento, o autoconhecimento, porque a paz começa dentro de cada um de nós. É pelo exemplo verdadeiro que se constrói a paz.
O papel da educação na construção da cultura de paz foi destacado pela secretária da Educação do Estado, Eliana Estrela. Segundo ela, a vice-governadora Izolda Cela tem tido esse olhar sensível na educação de crianças e jovens, construindo junto com a Seduc uma pauta em que todas as ações passam pela educação. "A escola de tempo integral é uma forma de colocar nossas crianças e nossos jovens mais tempo na sala de aula, aprendendo mais e melhor, porque a escola é um lugar de sonhos. Quem está na escola tem sonhos. A escola é o centro para uma cultura de paz", ressaltou.
Elizabeth Almeida, procuradora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Educação (Caoeduc), do Ministério Público do Estado (MPCE), fez um resgate histórico da visão do órgão pela cultura de paz. Falou do pioneirismo do MPCE, com a criação da Casa de Mediação, em 1999, que serviu de embrião para o programa dos Núcleos de Mediação Comunitários, em 1999, e das ações de implantação nos municípios das práticas restaurativas, do Projeto da Paz em Fortaleza, entre outras.
A psicóloga Socorro Fagundes, facilitadora de Práticas Restaurativas Sistêmicas, lembrou que o governador Camilo Santana e a vice-governadora Izolda Cela mudaram a história do Ceará com ações de cultura de paz. Segundo ela, a nossa educação começou com violência trazida pelos colonizadores; a escravidão de pessoas, a surra, a palmada para educar os filhos. "Temos que ter uma postura prática. A proposta que fazemos é de um projeto de paz, que comece primeiro dentro de nós. O que não é bom para mim não é bom para ninguém. Essa estratégia tem que contar com a participação de todas as instituições, de toda a sociedade", pontuou.
A advogada e mediadora comunitária Juliana Holanda, coordenadora do Núcleo de Mediação e Gestão de Conflitos, disse que trabalha com mediação desde 2007 e lembrou que a pandemia fez com que a mediação fosse vista. Para ela, o objetivo maior da mediação é possibilitar de promover a transformação de cada cidadão. "É um trabalho de reconstrução que tem a capacidade de promover uma transformação verdadeira. Nós, como membros transformadores de uma sociedade, não é o litigio que vai resolver o conflito. Os valores humanos é que precisam ser colocados em prática", afirmou.
Juliana Holanda também falou do desafio de coordenar o Núcleo de Mediação e Gestão de Conflitos. Ela reconhece que o caminho é longo, mas sabe que muitas pessoas serão transformadas com o apoio do núcleo. O Webinar contou com a mediação da coodenadora da Célula de Qualificação dos Sevidores da AL, Norma David.
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