Você está aqui: Início Últimas Notícias Comitê aponta aspectos sociais no litígio de território entre Ceará e Piauí
O Comitê reuniu parlamentares, técnicos, prefeitos dos diversos municípios envolvidos para debater ações possíveis para acompanhar o processo jurídico que está no Supremo Tribunal Federal (STF). A ação, movida pelo Piauí, tem como foco uma área que impacta o território de 13 municípios cearenses.
Granja, Viçosa do Ceará, Tianguá, Ubajara, Ibiapina, São Benedito, Carnaubal, Guaraciaba do Norte, Croatá, Ipueiras, Poranga, Ipaporanga e Crateús são os municípios envolvidos.
O presidente da AL, deputado Evandro Leitão (PDT), destacou que o parlamento cearense está participando do debate antigo na história do Ceará sobre o litígio, e quer dar sua contribuição para que essa pendência territorial possa ser resolvida.
A coordenadora do Comitê, deputada Augusta Brito (PCdoB), afirmou que todas as medidas jurídicas estão sendo acompanhadas e respondidas pelo Estado e é necessário que haja mobilização e ação conjunta. “Estamos tentando unir as forças, respeitando o sentimento de pertencimento das pessoas”, disse.
A parlamentar, que é da região da Ibiapaba, comentou que é possível sentir a angústia das populações da região com o litígio e, por isso, novas estratégias e informações precisam ser alinhadas.
Presentes na reunião, os deputados Queiroz Filho (PDT), Salmito (PDT) e Acrísio Sena (PT) elogiaram o trabalho do Comitê e ressaltaram a importância de haver uma mobilização.
Queiroz Filho ressaltou a inclusão dos dados do Censo do IBGE que será realizado este ano no processo, para contribuir com os relatórios e contextualizações. Já os deputados Salmito e Acrísio Sena indicaram a possibilidade de referendos nos municípios envolvidos, assim como campanhas de informação para envolver a população cearense, além da articulação política entre prefeitos, deputados estaduais, federais e senadores cearenses.
Cleyber Nascimento, do Ipece, apresentou relatório contextualizando a disputa na divisa interestadual entre o Ceará e o Piauí, destacando aspectos históricos, uma vez que a disputa remonta à época colonial, e detalhando pontos técnicos e problemas nos relatórios produzidos pelo IBGE e Exército sobre a região.
Ele indicou que “o território representa uma projeção dos diferentes modos de luta e vivência da cidadania. No território não temos apenas aspectos fisiográficos”, por isso, existem questões sociais, culturais e de identidade a serem envolvidas no entendimento da ação.
Renê Vasconcelos, prefeito de Ubajara e presidente da Associaçãodos Municípios da Ibiapaba, destacou que a reunião possibilitou a compreensão do contexto geral da situação.
Segundo ele, mesmo que a decisão seja do STF, é preciso mobilização para demonstrar as questões de identidade, pertencimento e culturais da população, assim como criar campanhas para fortalecer a região e o Estado nessa disputa.
A reunião contou ainda com a participação de Saul Maciel, prefeito de São Benedito, Marcão, prefeito de Ibiapina, Marcelo Machado, prefeito de Crateús, Luís Mourão, presidente do Comitê de Estudos de Limites e Dívidas Territoriais do Ceará, Ludiana Rocha, da Procuradoria Geral do Estado (PGE), representantes de das Câmaras de Dirigentes Lojistas de cidades da região, assim como da Procuradoria da AL.
SA/CG