A publicação é uma iniciativa do Instituto de Estudos e Pesquisas sobre o Desenvolvimento do Estado do Ceará (Inesp) da Assembleia Legislativa do Ceará com a parceria da Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (Secultfor) e da Comissão Especial de Anistia Wanda Rita Othon Sidou.

O livro é fruto das pesquisas do mestrado em História de Airton de Farias. Durante o lançamento, o deputado Renato Roseno (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da AL, externou a emoção em ter tanta gente reunida virtualmente em torno de grandes dimensões da vida humana: a luta pela liberdade, a recusa da violência e a memória.

O parlamentar elogiou o trabalho robusto do pesquisador, lembrando que a “memória é também disputada por quem a constrói”. Segundo Renato Roseno, o autor apresenta compreensão de que não eram lados simétricos que estavam em batalha durante a ditadura, uma vez que o Brasil viveu um terrorismo de Estado com mortes, perseguições e desaparecimentos.

João Milton Cunha, diretor executivo do Inesp, homenageou o autor Airton de Farias e apontou que ele é um “brilhante historiador cearense que escreve tão bem sobre a nossa terra, nossa gente e nossa história”. “É uma honra para o Inesp poder publicá-lo, agradecemos a confiança”, afirmou.

Airton de Farias, autor de “Para Além das Armas - Militantes da Esquerda Armada no Ceará durante a Ditadura Civil-Militar (1968-72)”, destacou que a “história serve para compreender o mundo” e sua missão no processo de pesquisa foi tentar compreender o processo que fez com que um grupo de jovens se lançasse em um projeto político revolucionário naquele período. “Entender esse projeto é um direito da sociedade, concordando com ele ou não”, ressaltou.

Dividido em três partes, o livro busca contextualizar aquele momento histórico, mergulha no perfil e cotidianos dos jovens militantes e detalha ações dos grupos como uma tentativa de reunir e interpretar as diversas vivências e memórias, ressalta o autor.  

HOMENAGEM

Uma homenagem a Maria de Lourdes Miranda de Albuquerque (in memoriam), que ficou conhecida como “mãe da anistia” no Ceará foi realizada durante o evento virtual. As ações de resistência, acolhida e força de Lourdes foram lembradas pelos participantes.

Neidja Albuquerque, filha da homenageada, comentou que a construção da memória e da narrativa da história sempre foi importante para Lourdes, que inspirava e cobrava ação, coragem, questionamento, princípio e caráter.

Entre os muitos participantes do lançamento do livro estavam a ex-deputada Moema Santiago e o ex-deputado José Genoíno que partilharam um pouco suas experiências durante a ditadura militar, ressaltaram a importância da homenagem à Maria de Lourdes e a necessidade da construção e partilha da memória.

Também estiveram presentes o atual titular da Secretaria do Meio Ambiente do Ceará, Artur Bruno e Egberto Mello, professor adjunto do Departamento de História da Universidade Regional do Cariri e autor do posfácio do livro.

É possível realizar o download do livro por meio do cartão livro digital do Inesp enviando mensagem para o WhatsApp 85 99999-4215.  O livro também está disponível no site da AL, assim como a demais publicações do Inesp.

SA/CG