Você está aqui: Início Últimas Notícias Internautas dizem não ter problemas para lidar com tecnologia no isolamento
Já para 21,5% dos participantes, a atual situação é nova e recente, porém eles têm buscado se aprimorar e desenvolver atividades com a ajuda das ferramentas tecnológicas. Outros 16,9% afirmaram não ter computador em casa e usar apenas o smartphone com acesso precário à internet.
O deputado Fernando Hugo (PP) acredita que grande parte da sociedade, mesmo que adepta às mídias digitais, ainda encontre dificuldades de resolver tudo de maneira on-line. “Por ter sido tudo muito rápido, acredito que a maioria não teve tempo de se acostumar com a ideia. Existem pessoas que se dão muito bem, resolvendo tudo pela internet, mas outros, como eu, mesmo tendo acesso, não conseguem se acostumar com a novidade”, ressaltou.
O parlamentar explicou que parte da população, além de não ter internet, não tem meios de conseguir se conectar para dialogar, trabalhar ou resolver qualquer problema. “A pandemia deixou muito clara a precariedade de muitos cidadãos. É lamentável e devemos buscar cada vez mais ajudar, não apenas durante esse momento, mas de maneira contínua, para corrigir essa marginalização”, salientou.
Para a deputada Fernanda Pessoa (PSDB), até as pessoas que têm acesso à internet, muitas vezes, têm certa dificuldade em lidar com o cotidiano digital que o isolamento social impôs. "Muitas coisas conseguimos realizar quando nos conectamos, até mesmo pelo celular, com os aplicativos de mensagens rápidas, mas até nas atividades feitas on-line ainda existem demandas que só o presencial resolve", disse.
A parlamentar lamentou ainda que o acesso à internet não seja universalizado para todos. "Se para quem tem internet e computador em casa é complicado, para quem não tem se torna quase impossível se comunicar ou trabalhar on-line", afirmou.
Fernanda Pessoa ressaltou a necessidade de continuar dando assistência social, através de políticas públicas, para a parte da sociedade carente que não tem meios de trabalhar virtualmente. "Quando a pandemia acabar, devemos buscar potencializar essas políticas de assistencialismo para as pessoas mais carentes que precisam ainda se reerguer", assinalou.
O mestre em Tecnologia da Informação, Informação e Sistemas Empresariais Rafael Albuquerque apontou que grande parte da sociedade já era familiarizada com a internet diariamente. “Os telefones smarts democratizaram mais o acesso à informação e facilitaram bastante a vida de muitos cidadãos. Com a pandemia, isso se acentuou, porém a maioria da sociedade já era habituada”, disse.
Rafael frisou que, mesmo com o crescimento da acessibilidade de muitos cidadãos, ainda há dificuldades de se trabalhar remotamente, seja pela falta de internet, de aparelhos ou de habilidades. “Antigamente era mais raro que as pessoas tivessem acesso ou habilidades com a internet. Porém, assistimos com o decorrer dos anos, não apenas à atualização de empresas como também de profissionais, para atender demandas on-line”, pontuou.
Ele reiterou que a parcela da população que não tem acesso à internet por questões financeiras encontra dificuldades de crescimento não apenas durante períodos de isolamento. “Democratizar o acesso à internet é necessário não por causa de pandemias. A necessidade é importante para fortalecer a democracia. Muitos estudantes, por exemplo, estão podendo aprender on-line, mas um estudante que não tem internet, mesmo que estude através dos livros, encontra grande desvantagem frente ao que está tendo aulas todos os dias no computador. É preciso buscar dos governantes o direito à acessibilidade que é de extrema importância para fortalecer a igualdade na sociedade”, explicou.
Da Redação