A deputada Augusta Brito (PCdoB) alertou que o Ceará é o segundo estado do Nordeste com o maior número de casos de feminicídio e apontou o debate como fundamental para desconstruir o machismo presente na sociedade brasileira.

''Sabemos que 96,4% da violência contra a mulher no Estado é cometida pelos  homens. Por isso, é necessário conversar e trazer esse assunto para dentro da Assembleia Legislativa e das escolas. A campanha inicia hoje, mas prossegue até o fim do ano. Vamos continuar com várias ações em parceria com a Caravana de Combate à Violência contra a Mulher e pretendemos levar o tema para as portas das universidades e outros espaços, no intuito de intensificar a campanha e informar um maior número de pessoas'', destacou.

Para o professor universitário e ativista pela equidade de gênero Germano Lima, a adesão do Poder Legislativo na luta pelo fim da violência contra a mulher vai somar esforços. ''Em 2003, fui um dos idealizadores da campanha  em Fortaleza e trabalhamos nas periferias do Pirambu e Conjunto Esperança. Levantamos essa bandeira por muito anos, mas, com esse lançamento, ela ganha uma nova perspectiva, sendo disseminada para todo o Estado por meio do Poder Legislativo", afirmou.

Germano Lima é professor na região do Cariri, que possui um dos maiores índices de feminicídio do Ceará. "Sei que é um desafio mudar essa realidade, mas o engajamento dos homens é muito importante na luta contra a violência'', afirmou.

A campanha Laço Branco está presente em todos os continentes e em mais de 55 países, sendo apontada pela ONU como a maior iniciativa mundial voltada para o envolvimento dos homens com a temática da violência contra a mulher. O psicólogo e mestre em Saúde Pública Daniel Costa Lima avaliou que, ao abraçar a campanha Laço Branco, a Assembleia pode contribuir com ações concretas para minimizar os alarmantes índices no Estado.

"A  campanha tem uma estrada ao redor do mundo e é muito importante que a Assembleia Legislativa esteja trazendo o tema à discussão, porque os parlamentares têm essa  possibilidade de pensar políticas públicas e leis para punir a violência contra a mulher. Não tem nada no nosso DNA comprovando que os homens são por natureza violentos. A violência é construída socialmente e pode ser desconstruída, para construir masculinidades mais equitativas, harmoniosas e menos violentas'', afirmou Daniel Costa Lima.

Durante o evento, foi exibido o documentário ''Precisamos Falar com os Homens", que levou ao público uma reflexão sobre masculinidades e o papel do homem no combate ao machismo. O documentário aborda a ideia de como o machismo também marca a vida dos homens e reverbera nas mulheres.

O evento foi prestigiado pelo deputado Elmano de Freitas (PT) e por alunos de escolas de Fortaleza e Frecheirinha.

A programação da campanha Laço Branco teve início pela manhã, com apresentação da iniciativa aos parlamentares. Em seguida, houve a distribuição de laços brancos e folders informativos para os pedestres, no cruzamento da avenida Pontes Vieira com a rua Barbosa de Freitas.

Da Redação/com Núcleo de Comunicação Interna