Você está aqui: Início Últimas Notícias Revitalização e tombamento do estádio de Messejana são defendidos na AL
O deputado Renato Roseno (Psol), autor da audiência, destacou que desde a década de 1930 o terreno é utilizado para o esporte. No final da década de 1960, foi construído no local o estádio conhecido como Murilão, que hoje já faz parte do patrimônio afetivo e da cultura desportiva não só de Messejana, mas de toda a cidade de Fortaleza, acentuou. O parlamentar acrescentou que apesar da importância histórica, o estádio encontra-se numa situação precária que precisa de revitalização, dinamização e do tombamento histórico. “Como há rumores que a Prefeitura de Fortaleza pretende dar outro uso ao local, nós queremos manter o estádio como patrimônio histórico, e isso é o que a comunidade local tem expressado”, ressaltou.
Durante o debate, ficou definida a realização de uma reunião na sede da Secretaria de Infraestrutura de Fortaleza, com a participação dos secretários de Infraestrutura, Esporte e Lazer (Secel) e da Cultura (Secultfor), e representantes da Câmara Municipal, Assembleia Legislativa e de Messejana para tratar do processo de revitalização e de tombamento do estádio Valter Lacerda, ou Murilão..
Ficou acertado ainda que a Assembleia Legislativa e a Câmara Municipal de Fortaleza vão notificar o Ministério Público Estadual (MPCE), por meio da promotoria do Meio Ambiente e do Patrimônio, para que tome ciência do que está acontecendo e avalie a adoção de medidas para o tombamento do estádio de Messejana.
O vereador de Fortaleza, Guilherme Sampaio (PT), co-autor do debate, disse que o mínimo que se esperava da Prefeitura de Fortaleza era que antes de fazer qualquer intervenção no espaço, escutasse a população. Segundo ele, em maio foi procurado por desportistas e historiadores do bairro de Messejana interessados em preservar a memória do Complexo Esportivo Valter Lacerda, e que desde 1938 o local já era usado como campo de futebol.
“Nós achamos que o Murilão, como o estádio é conhecido, ou o Complexo Valter Lacerda, precisa primeiro ser preservado e tem muito espaço para que sejam feitas as intervenções que vão ampliar os benefícios para a população e desportistas do bairro. Mas antes de pensar em algo que vai desconstruir essa história, nós queremos que essa história seja respeitada. Por isso, defendemos o tombamento do local”, afirmou Sampaio.
Bené Lacerda, representante do Messejana Esporte Clube, disse que a proposta da Prefeitura de Fortaleza de demolir o estádio para a construção de uma Areninha não tem sentido porque há espaço suficiente no local para que todos os equipamentos sejam colocados dentro do estádio. “O que a gente quer é a preservação do muro porque a sua retirada descaracteriza o projeto arquitetônico inicial, a história e a importância daquele equipamento para a população, que sempre foi conhecido como o campo de Messejana. Sem o muro, o local deixa de ser um estádio e passa a ser um campo aberto”, esclareceu.
Tony Pereira, presidente da Federação Cearense de Futebol Amador, disse que para a população e para os desportistas é muito importante preservar o estádio Murilão.”Nós não somos contra nada que vem trazer avanços e melhorar o esporte, mas somos contra derrubar o estádio, o que carateriza o estádio no futebol amador é o muro. Se tirar o muro, tirar o alambrado, deixa de ser um estádio para ser um campo aberto como outro qualquer. E sair de estádio para Areninha é regredir”, destacou.
Também participaram do debate, o vereador de Fortaleza Ronivaldo Maia (PT); o historiador e ex-vereador Edmar Freitas; a chefe de gabinete da secretaria da Regional VI da Prefeitura de Fortaleza, Sandra Jucá; o representante do Movimento pela Revitalização do Complexo Valter Lacerda, Paulo Assunção; além de moradores, lideranças comunitárias, agentes de cidadania de Messejana, ex-jogadores profissionais e atletas amadores.
WR/CG